A Alemanha, sob a liderança de Adolf Hitler, forjou uma guerra essencial para a ideologia nazista, apesar da crise econômica que enfrentava. Utilizando-se de manobras financeiras, o governo alemão estimulou a economia ao fabricar grandes quantidades de armamentos e alcançou o que foi chamado de “milagre econômico” no período de 1935-1936. O documentário inédito “Dinheiro Sujo: Por Dentro da Economia Nazista”, a ser exibido no Curta! em duas partes, oferece uma visão desse período da História, explorando os detalhes dos acontecimentos que moldaram a economia da Alemanha nazista. A produção é da ARTE France e da Gogogo Films, e a direção é de Gil Rabier.
Com imagens de arquivo e entrevistas com historiadores e professores, a primeira parte do documentário mostra que, em 1934, as famílias alemãs enfrentavam dificuldades financeiras com cortes nos salários e gastavam muito para comprar alimentos, bebidas e tabaco. Mesmo assim, a classe trabalhadora estava otimista com as promessas do regime nazista de revitalizar a economia, criar empregos e restaurar a prosperidade. Embora as condições econômicas de alguns tenham melhorado, o documentário explica que o progresso estava vinculado aos esforços de rearmamento e de expansão industrial que desempenharam um papel importante nos eventos que levaram à Segunda Guerra Mundial.
Um dos trechos do episódio aborda a capacidade do regime nazista em unir a população em torno de uma ideia que seria de seu interesse. Como exemplo, cita o desejo incutido na população de possuir um Volkswagen, que significa “carro do povo”. Ao criar este anseio na população, conseguiam mobilizar as pessoas para estimular a economia e promover o desenvolvimento industrial. A ação fazia parte de uma estratégia mais ampla para ampliar e consolidar o poder do regime. Essa transformação se manifestou não apenas na economia e na sociedade, mas também através do entretenimento em massa, por meio de desfiles, festas e simulações de batalhas.
Richard Overy, professor da Universidade de Exeter, relembra que, em 1934, o economista alemão Hjalmar Schacht disse que, “Se vocês desejam rearmar-se, é preciso encontrar um mecanismo especial para fazê-lo”. A solução encontrada, segundo o professor, foi a criação das “notas MEFO”, títulos de crédito emitidos por uma empresa fictícia. Elas foram usadas pelo governo alemão para financiar secretamente o rearmamento militar, algo que havia sido proibido pelo Tratado de Versalhes. Essas notas eram uma manobra financeira, sem valor econômico real, projetada para ocultar a verdadeira finalidade do financiamento: a expansão do exército alemão e a produção de equipamento militar.
Fechando o episódio, o documentário explica que o resultado deste financiamento levou o regime a assumir medidas drásticas, como a busca de matérias-primas no exterior e a emissão de moeda, que, embora funcionassem a curto prazo, se mostraram insustentáveis a longo prazo, criando dilemas econômicos complexos.
“Dinheiro Sujo: Por Dentro da Economia Nazista” pode ser assistido também no CurtaOn – Clube de Documentários, disponível na Claro TV+ e no site oficial do CurtaOn. Novos assinantes inscritos pelo site têm sete dias de degustação gratuita de todo o conteúdo. O documentário tem produção da Grove Street Pictures e Spitfire Pictures. A estreia é na Sexta da Sociedade, 10 de novembro, às 21h.
Episódio inédito de ‘Designers do Brasil’ destaca a carreira da Questtonó
O papel do design vai além da estética, sendo uma ferramenta poderosa para moldar a sociedade e o ambiente. O novo episódio de “Designers do Brasil”, série que vem sendo exibida no Curta!, explora como o design influencia não apenas objetos, mas também a maneira como vivemos, nos alimentamos e suprimos necessidades humanas essenciais, através da perspectiva dos cofundadores da Questtonó, escritório brasileiro de design. A produção é da Pacto Filmes, e a direção é do Pedro Gorski.
De acordo com Adélia Borges, curadora da série, a palavra “design” é adotada universalmente e tem raízes no latim, relacionando-se ao conceito de futuro. Para ela, a Questtonó se destaca justamente por pensar o futuro e a inovação, realizando projetos tanto no Brasil quanto no exterior. Com sedes em São Paulo e Nova York, o escritório utiliza o design como estratégia para criar inovações que visam a construir um futuro mais sustentável para o planeta.
O episódio mostra que um dos projetos mais significativos da Questtonó foi a embalagem Natura Sou. Segundo Barão di Sarno, cofundador e diretor de futurismo da empresa, o desafio era criar uma linha de produtos acessíveis e reduzir ao máximo o impacto ambiental. “A solução surgiu ao questionar a ideia convencional de refil, transformando na própria embalagem. A ênfase foi dada ao design estético, visando um apelo mais orgânico e sustentável. Isso resultou em uma redução de 75% de plástico, com uma embalagem que permitia o uso completo do produto e se compactava com o uso, tornando-o mais acessível”, explica.
O design vai além de objetos de consumo, abrangendo também itens que atendem às necessidades essenciais do ser humano. Levi Girardi, CEO e cofundador, relembra que quando surgiu a pandemia, a equipe se perguntou como poderia ajudar. Um dos desafios era o desenvolvimento de um ventilador pulmonar, um dispositivo essencial para pacientes que precisavam de ventilação mecânica. “A gente juntou um grupo de médicos, juntou as empresas de tecnologia e trabalhamos na criação de uma solução rápida, simples, acessível e adequada”. Levi acredita que esse processo foi um exemplo importante de como o design pode ser uma ferramenta para conectar pessoas e criar soluções inovadoras.
Para Barão di Sarno, a missão do design é ser uma ferramenta de transformação. “Eu acho que a gente usa o pensamento do design para tentar transformar a sociedade. A gente tenta transformar as situações do presente em situações preferíveis no futuro. Tudo que está ao redor foi pensado por alguém. Se a gente não gosta da cidade como ela é, se a gente não gosta da forma como a gente mora, a gente tem o dever de pensar, então, como poderia ser diferente. A responsabilidade é nossa”, conclui.
“Designers do Brasil” foi viabilizada pelo Curta! através do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA). O episódio “Questtonó” também pode ser assistido no CurtaOn – Clube de Documentários, disponível na Claro TV+ e em CurtaOn.com.br, a partir da quarta-feira, dia 8. Novos assinantes inscritos pelo site têm sete dias de degustação gratuita de todo o conteúdo. A estreia do episódio no Curta! é na Terça das Artes, 7 de novembro, às 20h30.
Segunda da Música (MPB, Jazz, Soul, R&B) – 06/11
23h – “George Harrison: Living In The Material World” (Documentário em 4 partes) – Episódio 2 – INÉDITO
O cineasta Martin Scorsese retrata a trajetória do ex-beatle George Harrison, desde suas raízes em Liverpool até se tornar um dos músicos mais talentosos e influentes de sua geração. Através de entrevistas com o músico, Paul McCartney, Ringo Starr, Yoko Ono, Eric Clapton, George Martin e Phil Spector, além de farto material de arquivo, incluindo performances, o filme nos oferece um vislumbre raro da mente criativa por trás do lendário guitarrista. Duração: 44 min. Classificação: Livre. Horários alternativos: 07 de novembro, terça-feira, às 03h e às 17h; 08 de novembro, quarta-feira, às 11h; 11 de novembro, sábado, às 16h30; 12 de novembro, domingo, às 23h.
Terça das Artes (Visuais, Cênicas, Arquitetura e Design) – 07/11
20h30 – “Designers do Brasil – 2ª Temporada” (Série) – Episódio: “Questtonó” – INÉDITO
Em suas sedes em São Paulo e em Nova York, a Questtonó projeta produtos, serviços, sistemas e experiências fortemente marcados pela inovação. O fio condutor é o uso do design como estratégia para construir um futuro melhor para o planeta. Direção: Pedro Gorski. Duração: 26 min. Classificação: 10 anos. Horários alternativos: 08 de novembro, quarta-feira, às 00h30 e às 14h30; 09 de novembro, quinta-feira, às 08h30; 11 de novembro, sábado, às 18h; 12 de novembro, domingo, às 08h30.
Quarta de Cinema (Filmes e Documentários de Metacinema) – 08/11
19h – “O Índio Cor de Rosa Contra a Fera Invisível: A Peleja de Noel Nutels” (Documentário)
Entre as décadas de 1940 e 1970, o sanitarista Noel Nutels percorreu o Brasil tratando da saúde de indígenas, ribeirinhos e sertanejos e filmou muitas de suas expedições. Em 1968, foi convidado a falar sobre a questão indígena à CPI do Índio. Imagens inéditas do seu acervo e o único registro de sua voz se unem para denunciar o que ele chamou de massacre histórico contra as populações indígenas. Direção: Tiago Carvalho. Duração: 57 min. Classificação: Livre. Horários alternativos: 09 de novembro, quinta-feira, às 05h e às 13h; 10 de novembro, sexta-feira, às 07h; 11 de novembro, sábado, às 08h e às 22h.
20h – “Diretores de Arte” (Série) – Episódio: “Coca Oderigo” – INÉDITO
Neste episódio, conversamos com a diretora de arte argentina Coca Oderigo, que nos convida a visitar seu apartamento para conhecermos detalhes da sua trajetória no audiovisual e seu olhar sobre o ofício da direção de arte. Coca dirigiu a arte de filmes como “A Menina Santa”, “O Pântano” e “Diários de Motocicleta”. Direção: Flávio Tambellini. Duração: 26 min. Classificação: 10 anos. Horários alternativos: 09 de novembro, quinta-feira, às 00h e às 14h; 10 de novembro, sexta-feira, às 08h; 11 de novembro, sábado, às 19h30; 12 de novembro, domingo, às 10h.
Quinta do Pensamento (Literatura, Filosofia, Psicologia, Antropologia) – 09/11
23h – “Cientistas Brasileiros” (Série) – Episódio: “Rosaly Lopes”
O episódio enfoca a carreira da astrônoma e vulcanóloga carioca Rosaly Lopes (1957), através de entrevistas com ela mesma, seus familiares e colegas da Nasa. Rosaly é PhD em ciência planetária pela Universidade de Londres, pesquisadora do Jet Propulsion Laboratory (JPL), da Nasa, e a primeira pessoa não nascida nos EUA a se tornar editora-chefe do periódico “Icarus”, um dos mais importantes no campo da ciência planetária. Ela participou da missão Galileo, que lançou uma nave não-tripulada para Júpiter, e conseguiu identificar 71 vulcões ativos na superfície de um satélite daquele planeta, o que lhe valeu um registro no Guinness Book of World Records, como a pessoa que encontrou o maior número deles do universo. Direção: Rodrigo Grota. Duração: 52 min. Classificação: Livre. Horário alternativo: 10 de novembro, sexta-feira, às 03h e às 17h; 11 de novembro, sábado, às 21h; 12 de novembro, domingo, às 11h30.
Sexta da Sociedade (História Política, Sociologia e Meio Ambiente) – 10/11
21h – “Dinheiro Sujo: Por Dentro da Economia Nazista” (Série) – Episódio: “Uma Guerra Mundial a Crédito” – INÉDITO
A guerra era fundamental para a ideologia nazista. Mas, para isso, era preciso armas e um exército — e a Alemanha não tinha nenhum dos dois. Os nazis lançaram-se numa operação de manipulação financeira e reanimaram a economia através da produção de enormes quantidades de armas. Esse foi o milagre econômico nazi de 1935-1936: uma economia que, para se manter, precisava de uma guerra em andamento. Direção: Gil Rabier. Duração: 45 min. Classificação: 14 anos. Horários alternativos: 11 de novembro, sábado, à 01h e às 15h30; 12 de novembro, sábado, às 22h; 13 de novembro, domingo às 15h.
Sábado, 11/11
23h – “Foucault Contra Ele Mesmo” (Documentário)
O filme mostra como as reflexões do filósofo francês Michel Foucault sobre temas como poder, controle social e as funções dos intelectuais na sociedade mudaram de acordo com o momento e a perspectiva adotada por ele. Seus pensamentos, em muitos momentos, são conflitantes entre si, mas também funcionam como uma espécie de diálogo entre ideias, como se Foucault estivesse sempre buscando um caminho alternativo ao que ele já havia traçado, nunca consolidando uma visão definitiva sobre seus objetos de estudo — e sobre si mesmo. Através de um rico acervo de fotos e vídeos, o documentário mostra Foucault ora como ativista político, ora como filósofo; em paralelo, Geoffroy de Lagasnerie, Arlette Farge, Didier Eribon, Georges Didi-Huberman e Leo Bersani — todos estudiosos da obra foucaultiana — analisam os livros de Foucault e comentam passagens de sua trajetória, desde a juventude até a sua morte, em 1984. Direção: François Caillat. Duração: 53 min. Classificação: 12 anos. Horário alternativo: 12 de novembro, domingo, às 16h15.
Domingo, 12/11
20h30 – “Grupo Corpo Pela Música” (Documentário)
Com mais de 45 anos de existência, o Grupo Corpo — companhia de dança mineira que está entre as mais importantes do Brasil — mergulha em sua própria trajetória através das trilhas sonoras de vários de seus espetáculos. O que elas têm em comum? A música brasileira. O ponto de partida do documentário são depoimentos dos compositores das canções que embalam as coreografias de Rodrigo Pederneiras — encenadas por seu irmão Paulo, que responde pela direção artística da companhia —, como Caetano Veloso, Lenine, João Bosco, Arnaldo Antunes, Samuel Rosa, José Miguel Wisnik, Moreno Veloso, Domenico Lancellotti e a banda Metá Metá. O filme revela como as aclamadas criações da companhia de dança partem das trilhas sonoras, que são sempre uma força motriz dos espetáculos. Através de entrevistas, os compositores falam sobre seus processos criativos e relatam a experiência de produzir trilhas para um espetáculo de dança, revelando um pouco de suas inspirações e dos sentimentos envolvidos no convite, sempre muito aberto e irrestrito, para que deixem sua criatividade fluir e ditar os rumos de cada novo trabalho. Direção: Janaina Patrocinio e Armando Mendz. Duração: 81 min. Classificação: Livre.