Forças israelenses prenderam a ativista Ahed Tamimi (22) na madrugada desta segunda-feira (6), após invadirem, revistarem e vandalizarem a casa de sua família em Nabi Saleh, perto de Ramallah, na Cisjordânia ocupada, reportou sua mãe, Nariman, à agência Anadolu.
Todos os telefones da família foram apreendidos arbitrariamente.
Tamimi ganhou notoriedade ao vencer o Prêmio de Coragem Handala, com apenas 13 anos de idade, após confrontar soldados israelenses que prendiam seu irmão.
Handala — um menino de 10 anos em posição de desafio frente à ocupação de suas terras ancestrais — é um desenho do cartunista Naji al-Ali que se tornou símbolo da identidade e da resistência palestina, assim como da infância sob colonização.
Tamimi foi presa em 2017 por oito meses após dar um tapa em um soldado israelense, após forças ocupantes dispararem uma bala de borracha contra a cabeça de seu primo.
Israel também prendeu seu pai, Bassem, há alguns dias.
Toda a família já passou pelas cadeias da ocupação em múltiplas ocasiões, sob repressão e assédio deliberado. Tamimi sofreu ferimentos ao menos três vezes, incluindo um incidente no qual um soldado fraturou sua mão.
Desde 7 de outubro, Israel mantém bombardeios ininterruptos a Gaza e violenta repressão na Cisjordânia e em Jerusalém. As ações são retaliação e punição coletiva por uma ação de resistência do Hamas, que cruzou a fronteira e capturou colonos e soldados.
Em Gaza, são 9.770 palestinos mortos até então, incluindo 4.800 crianças e 2.550 mulheres, além de mais de 30 mil feridos e milhares de desaparecidos sob os escombros.
Na Cisjordânia ocupada, são 151 mortos em um mês — somados a recordes desde janeiro —, além de 2.080 detidos arbitrariamente, sob campanha de prisão e pogroms a cidades e aldeias, cometidos por soldados e colonos armados e radicalizados pelo regime em Israel.