No cenário eleitoral argentino, marcado por incertezas, o segundo turno entre Sergio Massa e Javier Milei promete ser um divisor de águas.
Em uma eleição que se estendeu por quatro meses, a polarização entre o governista e o ultradireitista atingiu seu ápice.
O vencedor, a ser conhecido no domingo (19), assumirá a presidência em um momento crítico, marcado por uma crise econômica silenciosa que se tornou a protagonista da disputa.
Tensão e Incerteza:
- Pano de Fundo Eleitoral:
- A eleição se desenrola em um contexto de tensão, permeando discussões em família, grupos de amigos e eventos culturais.
- O segundo turno representa a primeira oportunidade, em quatro décadas, para uma força política que nega a última ditadura militar chegar à presidência.
- Pesquisas e Indecisão:
- Pesquisas indicam um cenário acirrado, com vantagem leve para Javier Milei, mas destacam um alto número de eleitores indecisos.
- A escolha se torna mais sobre quem não se quer que vença, evidenciando a imagem altamente negativa de ambos os candidatos.
Medo e Rejeição na Disputa:
- Avaliação de Imagem:
- Pesquisa revela altas taxas de avaliação “ruim” ou “muito ruim” para ambos os candidatos: 54,3% para Milei e 56,7% para Massa.
- Massa lidera nas intenções de voto, apesar de avaliação negativa, revelando um cenário definido pelos “votos contra”.
- Sentimentos do Eleitorado:
- “Medo” e “rejeição” dominam a eleição, superando a adesão entusiasmada.
- Perguntas como “Quem provoca mais medo?” destacam a polarização, com Milei liderando em provocar medo, enquanto Massa é visto como mais próximo das pessoas comuns.
Cenário Econômico Desafiador:
- Inflação e Pobreza:
- A inflação anual atinge 142%, tornando insuficientes dois salários mínimos para cobrir a cesta básica.
- A pobreza atinge 4 em cada 10 pessoas, com quase 10% na indigência.
- Reservas e Dívida:
- Reservas brutas do Banco Central reduzidas à metade em quatro anos.
- O cronograma de pagamentos ao FMI torna-se impagável nos próximos dois anos, agravando a crise econômica.
Discurso de Mudança versus Medo:
- Estratégia de Milei:
- Milei enfatiza a ideia de “mudança” em sua campanha, escondendo propostas controversas, como privatização da saúde e dolarização.
- Apoio de Patricia Bullrich e Mauricio Macri é percebido como traição à luta contra a “casta política”.
- Riscos da Mudança:
- Críticos veem Milei como perigoso para a democracia, destacando sua pregação anarcocapitalista e as ligações de sua companheira de chapa com os militares da última ditadura.
Mobilização Contra Extrema Direita:
- Campanha Popular:
- Uma campanha popular contra Milei se intensifica em cartazes, shows, teatros e redes sociais.
- Frente ampla se forma, unindo desde feministas até setores da “política tradicional”, em uma corrida final para evitar a ascensão da extrema direita.
- Rejeição ao Candidato:
- 60% dos entrevistados consideram que Milei se tornou “apenas um político a mais”.
- Setores da sociedade se mobilizam em “legítima defesa” para impedir a vitória da extrema direita.
Conclusão e Desafios Futuros:
A Argentina se prepara para uma escolha decisiva, onde o medo e a rejeição moldam mais do que a adesão entusiasmada. A crise econômica, o cenário polarizado e a incerteza política tornam este segundo turno crucial para o futuro do país. Enquanto Massa e Milei disputam a faixa presidencial, a população aguarda com ansiedade o desfecho de uma eleição que reflete os desafios e divisões profundas da sociedade argentina.