Venezuelanos aprovaram em referendo neste domingo (3) a transformação do território de Essequibo em um estado da Venezuela. A região pertence oficialmente à Guiana desde 1899, mas é reivindicada pela nação vizinha.
O que você precisa saber:
- Venezuelanos aprovam referendo para incorporar Essequibo ao país
- Participação foi de 63,2%, com 95,93% de votos a favor
- A região pertence oficialmente à Guiana desde 1899
- A Guiana considera o referendo “provocativo, ilegal, inválido e sem efeito legal internacional”
A participação no referendo foi de 63,2%, com 10,5 milhões de eleitores votando. Destes, 95,93% aceitaram incorporar oficialmente Essequibo ao mapa da Venezuela e conceder cidadania e documento de identidade aos mais de 120 mil guianenses que vivem no território. Apenas 4,07% discordaram da proposta.
Essa foi a última das cinco perguntas feitas pelo referendo nacional. Nenhuma delas, segundo o CNE, teve menos de 95% de aprovação.
A primeira pergunta, sobre rechaçar, por todos os meios legais, a atual fronteira entre os dois países, teve 97,83% de aprovação. A segunda, sobre reconhecer o Acordo de Genebra, de 1966, como único instrumento para resolver a controvérsia, recebeu apoio de 98,11%.
A terceira, sobre não reconhecer a jurisdição da Corte Internacional de Justiça, em Haia, como definido pela Organização das Nações Unidas (ONU), para resolver a questão, foi a que teve menos aprovação: 95,4%.
Na quarta pergunta, sobre opor-se, por todos os meios legais, ao uso dos recursos do mar pela Guiana enquanto a questão da fronteira não for definitivamente resolvida, recebeu o “sim” de 95,94%.
O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, comemorou a aprovação do referendo em suas redes sociais. “Foi uma grande jornada eleitoral histórica de consulta, que coroa uma vitória esplendorosa com cinco respostas contundentes do povo nobre que reafirma que a Guiana Essequiba é da Venezuela”, escreveu.
A Guiana, por sua vez, considera o referendo “provocativo, ilegal, inválido e sem efeito legal internacional”. O país afirma que não tem dúvidas sobre a validade do Laudo Arbitral de 1899, que estabeleceu a atual fronteira entre os dois países