Membros do Primeiro Comando da Capital (PCC) monitoraram os endereços em Brasília dos presidentes do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), segundo a Polícia Federal. A facção criminosa planejava uma “missão” contra os parlamentares.
O que você precisa saber:
- O PCC monitorou os endereços de Rodrigo Pacheco e Arthur Lira em Brasília.
- A facção criminosa planejava uma “missão” contra os parlamentares.
- Os criminosos pesquisaram imóveis para comprar na Península dos Ministros, no Lago Sul de Brasília.
- A célula Restrita do PCC, grupo de elite da facção, foi responsável pelo levantamento.
- A célula gastou R$ 44 mil para financiar a missão.
Investigadores descobriram o levantamento dos endereços durante a apuração do plano para sequestrar o senador Sergio Moro (União-PR). O PCC também enviou um grupo de integrantes para iniciar a missão, segundo o Ministério Público.
Foram encontradas imagens aéreas dos imóveis de Lira e Pacheco no celular apreendido de um dos membros da facção. As imagens foram capturadas na internet em dezembro de 2022 e o material ainda incluía comentários e anotações sobre as residências.
Os criminosos ainda pesquisaram imóveis para comprar na Península dos Ministros, no Lago Sul de Brasília, onde ficam as residências dos chefes das Casas. As provas “demonstram que houve determinação da cúpula para que esse setor do PCC, a célula Restrita, realizasse esses levantamentos das referidas autoridades da República”, aponta o relatório.
Janeferson Gomes, o Nefo, apontado como chefe da célula Restrita, ainda teria acionado outros integrantes do PCC para a ação em maio deste ano. Após sua prisão, ele delegou a ação para quatro membros da facção em Brasília: Sandro Olimpio, conhecido como Cizão, Matheus, Felipe e Neymar. Investigadores não conseguiram identificar nenhum deles ainda.
Anotações sobre os gastos do grupo mostram que, entre maio e julho deste ano, a célula da “missão Brasília” gastou R$ 2,5 mil por mês com aluguel na capital federal. O imóvel seria usado pelo PCC como uma base de apoio. Também há registros de gastos do grupo com Uber.
O MP-SP afirma que a célula gastou também R$ 44 mil para comprar “aparelhos celulares, aluguel de imóvel, transporte, seguro, IPTU, alimentação, hospedagem, mobília do imóvel, compra de eletroeletrônicos, etc”.
“O dinheiro gasto com a missão estava sendo fornecido pela FM Baixada, célula que gerencia os pontos de venda de droga da organização no litoral paulista e Vale do Paraíba”, diz o relatório.