Barroso: Confrontos entre STF e Legislativo são resultado do bolsonarismo

Diário Carioca
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso - Foto: Reprodução/TV Justiça

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, analisou que os confrontos entre o Poder Judiciário e o Legislativo são também resultado da ascensão do bolsonarismo no Congresso durante as últimas eleições.

O que você precisa saber:

  • O presidente do STF, Luís Roberto Barroso, analisa que os confrontos com o Poder Legislativo são também resultado da ascensão do bolsonarismo no Congresso.
  • Barroso destaca que, ao longo de quatro anos, “houve um presidente da República que escolheu o Supremo como seu oponente”, e que essa orientação política encontra muitos adeptos no Parlamento.
  • O Partido Liberal (PL), liderado por Jair Bolsonaro, obteve 99 deputados nas eleições de 2022, formando a maior bancada na Câmara em 24 anos.

Em entrevista à Folha de S.Paulo, Barroso destaca que, ao longo de quatro anos, “houve um presidente da República que escolheu o Supremo como seu oponente”, e que essa orientação política encontra muitos adeptos no Parlamento.

O Partido Liberal (PL), liderado por Jair Bolsonaro, obteve 99 deputados nas eleições de 2022, formando a maior bancada na Câmara em 24 anos, além de ocupar 14 cadeiras no Senado Federal.

Barroso observa que é compreensível que esses parlamentares busquem corresponder às expectativas de eleitores que veem o Supremo como parte do problema. Ele destaca que o ex-presidente atacava o tribunal de forma incivilizada, sendo essa postura tolerada por uma parcela significativa de eleitores que se identificavam com tal linguagem e atitude.

Embora reconheça a crítica severa de alguns setores do Senado em relação ao STF, Barroso destaca que discorda do termo “pautas anti-STF” para descrever propostas no Congresso que poderiam limitar as atribuições dos integrantes do tribunal.

Em relação à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) aprovada pelo Senado em novembro, que restringe as decisões individuais dos ministros do STF, Barroso ressalta que a principal mudança já foi aceita espontaneamente pelo próprio Supremo, referindo-se à submissão ao plenário das medidas cautelares em ações diretas que envolvem atos dos outros Poderes.

O presidente do STF procura convencer eleitores de que o Supremo não é parte do problema, mas sim da solução, destacando a importância do tribunal na defesa da democracia e ressaltando que, como instituição humana, o STF pode cometer falhas.

Barroso comenta também sobre a relação com líderes do Congresso, como Rodrigo Pacheco e Arthur Lira, destacando que o Senado tem parlamentares com uma visão crítica injusta do Supremo.

Ele aborda a questão da reprovação do STF pela população, defendendo o papel do tribunal na preservação da Constituição e da democracia, apesar de reconhecer que, por decidir questões divisivas, o STF está sujeito a críticas de diversos setores da sociedade.

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Equipe de jornalistas, colaboradores e estagiários do Jornal DC - Diário Carioca