A tentativa de instalação de uma CPI na Câmara Municipal de São Paulo para investigar o padre Júlio Lancellotti perdeu força após pelo menos quatro vereadores retirarem o apoio ao requerimento.
O que você precisa saber:
- O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, se manifestou em apoio ao padre Lancellotti.
- A CPI é encabeçada pelo vereador Rubinho Nunes (PL), um extremista bolsonarista.
- Os vereadores que retiraram o apoio à CPI afirmam que foram enganados por Nunes.
O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, se manifestou em apoio ao padre Júlio Lancellotti, que é alvo da tentativa de instalação de uma CPI na Câmara Municipal de São Paulo.
“Graças a Deus a gente tem figuras como o padre Júlio Lancellotti na capital de São Paulo, que há muitos e muitos anos dedica a sua vida para tentar dar um pouco de dignidade, respeito e cidadania às pessoas em situação de rua. Que dedica a sua vida a seguir o exemplo de Jesus. Seu trabalho e da Diocese de São Paulo são essenciais para dar algum amparo a quem mais precisa”, escreveu Lula nas redes sociais.
A CPI é encabeçada pelo vereador Rubinho Nunes (PL), um extremista bolsonarista. Nunes afirma que pretende investigar “a ‘máfia da miséria’ que se perpetua no poder através de ONGs esquerdistas”.
Após a repercussão negativa da CPI, quatro vereadores retiraram o apoio ao requerimento. São eles: Thammy Miranda (PL), Xexéu Tripoli (PSDB), Sidney Cruz (Solidariedade) e Sandra Tadeu (União Brasil).
Os vereadores alegam que foram enganados por Nunes ao assinarem o requerimento.
“Em nenhum momento foi citado o nome do padre no requerimento, se tivesse jamais teria assinado porque defendo o trabalho dele. O padre está lá para ajudar as pessoas, nós estamos do mesmo lado. O que está acontecendo é uma grande fake news, o vereador (Rubinho Nunes) está fazendo campanha política em cima”, declarou Thammy Miranda em entrevista ao jornal O Globo.
“Acredito que 90% dos vereadores que assinou não são contra o padre, assinaram com a intenção de proteger os usuários e as pessoas que moram em torno. Nossa intenção é de proteger e inclusive com a ajuda do padre”, prosseguiu o vereador.
Ainda não está claro se a CPI será instalada mesmo com a retirada do apoio de quatro vereadores. A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara Municipal precisa analisar o requerimento e decidir se a CPI será aberta.