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Duas gêmeas georgianas que foram separadas ao nascer se reencontraram após 17 anos. A descoberta levou à revelação de um esquema de tráfico de bebês que afetou milhares de famílias no país.
O que você precisa saber:
- Amy Khvitia e Ano Sartania se conheceram pelo TikTok e descobriram que eram irmãs gêmeas.
- As gêmeas encontraram sua mãe biológica, que disse ter sido enganada por um esquema de tráfico de bebês.
- A investigação do governo georgiano sobre o caso está em andamento.
Amy Khvitia, de 19 anos, estava assistindo ao programa Georgia’s Got Talent quando, aos 12 anos, notou uma garota idêntica a ela no palco. Sete anos depois, ela postou um vídeo no TikTok, chamando a atenção de Ano Sartania, a garota que ela havia visto na televisão.
A conexão foi feita, e as gêmeas descobriram que eram, de fato, irmãs separadas ao nascer. Elas foram adotadas por famílias diferentes e nunca souberam uma da outra.
A busca por respostas levou as gêmeas a descobrir um escândalo de tráfico de bebês na Geórgia que afetou inúmeras famílias. O grupo do Facebook Vedzeb, que significa “Estou procurando” em georgiano, criado pela jornalista Tamuna Museridze, se tornou uma plataforma para reunir famílias georgianas com crianças suspeitas de adoção ilegal.
Museridze acredita que até 100 mil bebês foram roubados e vendidos na Geórgia entre 1950 e 2005. Segundo a matéria do BBC News, que contou o caso, a jornalista destacou que o esquema era amplo e envolvia criminosos organizados, incluindo pessoas de todos os setores da sociedade.
Com a ajuda do Vedzeb e testes de DNA, Amy e Ano encontraram sua mãe biológica, Aza, em Leipzig, na Alemanha. Em um emocionante reencontro, as gêmeas abraçaram a mãe que não viam desde o nascimento. Aza explicou que ficou doente após o parto, entrou em coma e, ao acordar, foi informada de que seus bebês haviam morrido.
A investigação do governo georgiano sobre o tráfico de crianças está em andamento desde 2022. O governo afirmou ter conversado com mais de 40 pessoas, mas os casos são considerados “muito antigos”, e registros históricos foram perdidos.
Tamuna Museridze e a advogada de direitos humanos Lia Mukhashavria estão unindo forças para levar casos de vítimas aos tribunais georgianos, buscando acesso aos documentos de nascimento, o que é atualmente impossível pela legislação local.