Uma minuta golpista apreendida pela Polícia Federal (PF) expõe um plano articulado por Jair Bolsonaro e seus aliados para manter o ex-presidente no poder após as eleições de 2022.
O documento, que propunha a decretação de Estado de Sítio e a prisão de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, foi encontrado durante investigação sobre a tentativa de golpe de Estado.
O que você precisa saber:
- Plano golpista: Minuta propunha a decretação de Estado de Sítio e a prisão de ministros do STF e de Pacheco.
- Bolsonaro e aliados: Ex-presidente e seus aliados são investigados por PF por tentativa de golpe.
- Financiamento de atos golpistas: PF investiga uso do PL para financiar ataques às urnas.
- Generais envolvidos: Braga Netto, Heleno, Theóphilo e Nogueira são alvos de busca e apreensão.
- Prisões: Filipe Martins, Marcelo Câmara, Bernardo Romão e Rafael Martins foram presos.
- Valdemar Costa Neto: Presidente do PL foi preso em flagrante por porte ilegal de arma.
Bolsonaro e a “bala de prata”:
Segundo a minuta, o então ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, buscava uma “bala de prata” que justificasse o golpe. Cid também recebeu um pedido de R$ 100 mil de articuladores de atos golpistas para financiar as manifestações.
Militares e o PL:
Militares da ativa pressionaram colegas contrários à ruptura institucional para tentar aumentar a adesão ao golpe. A PF também descobriu que o PL, partido de Bolsonaro, foi usado para financiar narrativas de ataque às urnas.
Generais e o GSI:
O general Estevam Theóphilo Gaspar de Oliveira, ex-chefe do Comando de Operações Terrestres do Exército, se colocou à disposição para aderir ao golpe em uma reunião com Bolsonaro. Na ocasião, ele prometeu colocar tropas especiais nas ruas se o então presidente assinasse a minuta que determinasse a ruptura institucional.
O então chefe do GSI (Gabinete de Segurança Institucional) Augusto Heleno também incentivou um golpe em reunião feita em 2022. Ele afirmou que órgãos do governo deveriam tentar assegurar a vitória de Bolsonaro nas eleições.
Braga Netto e Heleno:
O candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro, o general Walter Braga Netto, também aderiu ao golpe e chamou o comandante do Exército, Freire Gomes, de “cagão” por não apoiar a iniciativa. Em mensagens, ele acusou o chefe da Força de “omissão e indecisão” e afirmou: “Oferece a cabeça dele”.
Prisões e buscas:
Foram alvos de buscas e apreensão nesta quinta os generais Braga Netto, Augusto Heleno, Paulo Sérgio Nogueira (ex-ministro da Defesa) e Theóphilo; o almirante Almir Garnier (ex-comandante da Marinha); Anderson Torres (delegado da PF e ex-ministro da Justiça); Tercio Arnaud Thomaz (ex-assessor de Bolsonaro) e Ailton Barros (coronel reformado do Exército).
Também foram cumpridos mandados de prisão contra Filipe Martins, Marcelo Câmara (coronel do Exército e ex-assessor especial de Bolsonaro); Bernardo Romão Correa Neto (coronel do Exército) e Rafael Martins de Oliveira (major do Exército).
Valdemar Costa Neto, o presidente do PL, foi alvo de buscas e preso em flagrante durante a operação por porte ilegal de arma de fogo não registrada.