Depoimentos de ex-comandantes militares fortalecem implicações contra Bolsonaro

Diário Carioca
Jair Bolsonaro - Foto: Reprodução

Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) analisam que os depoimentos prestados à Polícia Federal (PF) pelos ex-comandantes Marco Antônio Freire Gomes, do Exército, e Carlos de Almeida Baptista Júnior, da Aeronáutica, fortalecem as implicações envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro em uma suposta trama golpista, de acordo com informações do Globo.

O que você precisa saber

  • Depoimentos de ex-comandantes militares à PF complicam situação de Bolsonaro.
  • Relatos indicam tentativa de interferência de Bolsonaro no processo eleitoral.
  • Ministros do STF consideram os depoimentos como elementos “fortes” para as investigações.

Segundo os magistrados da Corte, os esclarecimentos fornecidos pelos militares de alta patente, que rejeitaram ideias de ruptura institucional, complicam a situação do ex-mandatário. Para eles, os depoimentos indicam a tentativa de Bolsonaro de interferir no processo eleitoral e no resultado das urnas, avançando as investigações.

Levantamento do sigilo e teor dos depoimentos

Na última sexta-feira (15), o ministro do STF Alexandre de Moraes, relator do caso, levantou o sigilo dos depoimentos, argumentando que diversos trechos já haviam sido divulgados pela imprensa.

Detalhes dos depoimentos

O general Freire Gomes revelou à PF que Bolsonaro discutiu possibilidades de “utilização dos institutos jurídicos” que permitiriam a decretação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), Estado de Defesa ou Estado de Sítio, em relação ao desfecho das eleições. Além disso, ele relatou ter estado no Palácio da Alvorada em 7 de dezembro de 2022, a convite do então ministro da Defesa, Paulo Sergio Nogueira.

Já Baptista Júnior afirmou aos investigadores que o ex-presidente consultou a Advocacia Geral da União (AGU) sobre uma “alternativa jurídica” para contestar o resultado das eleições de 2022. Esta conversa ocorreu em uma reunião no Alvorada em 1 de novembro de 2022, logo após o segundo turno do pleito em que Bolsonaro foi derrotado.

“Bolsonaro perguntou ao AGU se haveria algum ato que poderia fazer contra o resultado das eleições”, relatou Baptista Júnior à PF. O então advogado-geral da União, Bruno Bianco, respondeu que as eleições haviam “transcorrido de forma legal” e que “não haveria alternativa jurídica para contestar o resultado”.

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Equipe de jornalistas, colaboradores e estagiários do Jornal DC - Diário Carioca