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sábado, novembro 23, 2024

A questão de Essequibo e a iminência de conflito na América do Sul

ArtigosA questão de Essequibo e a iminência de conflito na América do Sul

Em dezembro de 2023, a Venezuela realizou um referendo sobre a possibilidade de anexação do território de Essequibo que é parte da Guiana. O território tem cerca de 150 mil km2 e corresponde a cerca de 70% do território da Guiana. Além do referendo, o exército Venezuelano parece estar se preparando para um possível conflito para a anexação do território de Essequibo. A questão do território de Essequibo é centenária e há divergência quanto ao entendimento de quais fronteiras são legítimas. 

Essequibo é um território estratégico dada sua riqueza em produtos minerais e petróleo. Descobertas recentes de novas reservas de petróleo aumentaram ainda mais a percepção estratégica sobre o território. Grandes potências como Estados Unidos e China tem mostrado interesse em desenvolver a exploração dessas novas reservas e tem feito importantes investimentos no país. A norte-americana Exxon-Mobil e a chinesa CNOOC já tem desenvolvido a exploração dessas reservas em parceria com o país. 

O governo brasileiro tem monitorado a questão e o exército brasileiro enviou reforços para Roraima uma vez que o acesso ao território de Essequibo é mais fácil através do território brasileiro. Apesar do bom diálogo, com o governo Maduro, o governo brasileiro tem sinalizado que não aceitará a utilização do território brasileiro para a anexação do território que atualmente pertence à Guiana. O aumento das tensões entre Venezuela e Guiana cria desafios para a política externa brasileira. Como vizinho fronteiriço de ambos os países e como maior país da região sul-americana, cabe ao Brasil o papel de tentar mediar a questão e evitar o uso da força pela Venezuela para a anexação de Essequibo. Um possível conflito atrapalharia a relativa estabilidade regional e teria impactos no Brasil, incluindo a possibilidade de migração de deslocados por causa do conflito.

*O conteúdo dos artigos assinados não representa necessariamente a opinião do DC.

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