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Que covarde tem coragem para dançar no baile de Elon Musk?

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Que covarde tem coragem para dançar no baile de Elon Musk?
Elon Musk (Foto: REUTERS/Michele Tantussi)

Duas figuras da extrema direita, que seriam beneficiadas pelo desbloqueio de contas nas redes sociais, como vem ameaçando o fascista Elon Musk, não teriam como desfrutar desse privilégio.

O ex-deputado Roberto Jefferson, em prisão domiciliar, estaria sem condições de reagir, por perda de memória. E o também ex-deputado Daniel Silveira está preso, condenado a oito anos e nove meses de cadeia por tentativa de impedir o livre exercício dos poderes. Silveira ameaçava ministros do Supremo.

Todos os outros poderiam, em tese, voltar a fazer o que sempre fizeram: também atacar ministros do STF, defender o golpe, disseminar mentiras, propagar o ódio e fazer ameaças aos que consideram inimigos do fascismo.

Mas quem teria a petulância de aceitar o jogo de Elon Musk e desafiar as determinações de Alexandre de Moraes, que ordenou o bloqueio das contas?

O primeiro nome em quase todas as listas de bloqueados, o empresário Luciano Hang, seria valente o suficiente para atuar de novo nas redes, se Musk o liberasse para dizer o que pensa?

O autoproclamado véio da Havan, bloqueado desde agosto de 2022, como participante de um grupo de tios do zap acusado de tentar impedir a posse de Lula, se ele vencesse a eleição, voltaria ao Twitter?

Depois da eleição de Lula, ele disse em vídeo que, por estar no mesmo avião pilotado pelo presidente, torcia por seu governo e se retirava do ativismo político. Só faltou dizer que é um militante lulista.

Mas o mandalete Mauro Cid, na delação à Polícia Federal, aponta Hang como um dos empresários que foram ao encontro de Bolsonaro, em novembro, depois da eleição, para dizer que ele deveria exigir das Forças Armadas que “virasse o jogo”, ou seja, aplicasse o golpe.

Os outros mais conhecidos da lista de bloqueados são o blogueiro Allan dos Santos, com prisão decretada e foragido nos Estados Unidos; o youtuber Monark, que também mora nos Estados Unidos; o também blogueiro Oswaldo Eustáquio; o jornalista Bernardo Kuster; o militar reformado da Marinha Winston Lima; o empresário Edgar Corona, dono da rede de academias de ginástica Smart Fit; o empresário Meyer Nigri, da Tecnisa, que participava do mesmo grupo do zap de Luciano Hang; e os jornalistas Guilherme Fiuza, Paulo Figueiredo e Rodrigo Constantino. Os dois últimos se apresentam como “exilados” nos Estados Unidos.

Todos eles defendem o direito de dizer o que pensam, em nome da democracia, para atacar a democracia, as instituições e as autoridades. Foi o que motivou o bloqueio das contas pelo ministro Alexandre de Moraes, agora atacado por Elon Musk.

É bom lembrar que alguns deles são investigados desde março de 2019, no inquérito das fake news, que trata do gabinete do ódio e das milícias digitais.

O véio da Havan está nesse inquérito desde o começo e já sofreu duas buscas e apreensões da Polícia Federal. Dois celulares do sujeito estão em poder da PF.

Em agosto do ano passado, ficamos sabendo, por informação do ministro Alexandre de Moraes, que a PF não conseguiu devassar os aparelhos e por isso desconhece seus conteúdos. O véio se nega a fornecer as senhas.

O inquérito das fake news completou cinco anos. Não há nenhum condenado entre dezenas de investigados. Talvez por estarem impunes, eles se sintam à vontade para pedir socorro a Elon Musk.

No que essa turma aposta? Que Moraes se desgaste, que o tempo os favoreça, como vem acontecendo, e que, com a eleição de Donald Trump, combinada com a sobrevivência de Bolsonaro e vitórias importantes nas eleições municipais no Brasil, a maioria consiga escapar.

Elon Musk entrou pesado nesse jogo para defender seu negócio, o fascismo e os fascistas brasileiros. Há quem perceba essa guerra como um duelo de Musk com Moraes.

É bem mais do que isso, é o ataque de um extremista estrangeiro à democracia brasileira. Mas Alexandre de Moraes não pode tudo, enquanto a maioria continua com a bunda pesada afundada na poltrona dos isentões, vendo Netflix. Principalmente os juristas ‘especialistas’ ouvidos pelos jornalões.

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