A Marinha do Brasil manifestou-se contra a inclusão de João Cândido, líder da Revolta da Chibata, como herói da pátria, gerando críticas de seu único filho vivo, Adalberto Cândido, conhecido como Seu Candinho. A controvérsia surge enquanto o Projeto de Lei 4046/2021, que propõe tal reconhecimento, tramita na Câmara dos Deputados.
Adalberto Cândido expressou desapontamento com a posição da Marinha, que enviou uma carta à Comissão de Cultura da Câmara contestando a homenagem, citando a revolta como uma ação contra os preceitos constitucionais e de disciplina militar.
O que você precisa saber:
- Resistência da Marinha: Instituição opõe-se ao reconhecimento de João Cândido como herói nacional.
- Legislação Relacionada: Projeto de Lei 4046/2021 em tramitação.
- Perspectiva Familiar: Filho de João Cândido critica a falta de reconhecimento pela Marinha.
Fundamento da Oposição da Marinha
A Marinha descreveu a Revolta da Chibata como uma “deplorável página da história nacional”, argumentando que a ação de João Cândido e outros marinheiros não reflete heroísmo ou patriotismo, mas sim uma conduta reprovável. O comandante da Marinha, Marcos Sampaio Olsen, em carta oficial, afirmou que a atuação dos marinheiros representou uma subversão e uma ruptura dos preceitos constitucionais que organizam as Forças Armadas.
Reação da Família e Apoio ao Projeto de Lei
Seu Candinho rebateu, apontando que a Marinha da época desrespeitava suas próprias regras internas e que a revolta foi crucial para mudanças positivas na instituição. Além disso, destacou o amor de seu pai pela Marinha, apesar dos desafios enfrentados. O deputado federal Lindbergh Farias (PT), autor do projeto de lei, também manifestou apoio à inclusão de João Cândido no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria, chamando a luta por seu reconhecimento de “justo pleito”.
Impacto Histórico e Cultural
A Revolta da Chibata é um marco significativo na história militar e social do Brasil, destacando-se como um momento de resistência contra práticas desumanas e discriminatórias. A possível inclusão de João Cândido no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria é vista por muitos como uma reparação histórica, enquanto outros veem como um precedente problemático em termos de disciplina militar.