A participação de jovens brasileiros entre 16 e 24 anos em partidos políticos está em declínio, alcançando o menor nível em dez anos, conforme revelam dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
A filiação de jovens nos partidos políticos brasileiros vem diminuindo progressivamente desde a Operação Lava Jato em 2014, período que coincidiu com um crescente desgaste da imagem política no país. No entanto, os dados do TSE mostram um aumento recente nas filiações aos partidos PL e PT a partir de 2020, impulsionado pela polarização política.
O que você precisa saber:
- Declínio geral: O número total de jovens filiados caiu de 415 mil em 2014 para 180 mil em 2023.
- Recuperação do PT e PL: Filiações ao PT e ao PL aumentaram desde 2020, impulsionadas por retornos políticos significativos.
- Destaques: PSOL se destaca com o maior número de filiados jovens atualmente.
Dinâmica dos Partidos
PT e PL em Ascensão
Após desafios significativos, incluindo o impeachment de Dilma Rousseff e a prisão de Luiz Inácio Lula da Silva, o PT viu uma recuperação nas filiações jovens, que dobraram de 9,1 mil em 2020 para 17,4 mil. “A luta política em 2022 incentivou a participação dos jovens”, comentou Mario Magno, diretor da Executiva Nacional da Juventude do PT.
No PL, a chegada do ex-presidente Jair Bolsonaro marcou um crescimento de 81% nas filiações de jovens nos últimos quatro anos, com influências de figuras como o deputado federal Nikolas Ferreira, conforme relatado por Luan Lennon, diretor do PL Jovem no Rio.
PSOL: Atração Ideológica
O PSOL tem se destacado ao dobrar seu número de filiações jovens na última década, passando de 10,4 mil para 19 mil. Paula Coradi, presidente do partido, atribui esse sucesso ao alinhamento com as agendas contemporâneas e ao diálogo aberto com a juventude.
Políticas de Engajamento Jovem
Em resposta à polarização e ao interesse renovado dos jovens pela política, Lula lançou o programa Pé-de-Meia, focado na poupança para estudantes de baixa renda. No entanto, a aprovação de seu governo entre os jovens permanece dividida, com metade desaprovando a gestão atual.