A atuação de militares das Forças Armadas no policiamento ostensivo do Rio de Janeiro durante o carnaval não será liberada pelo Ministério da Defesa nem pelo Governo do Rio de Janeiro. O ministro Raul Jungmann e o governador Luiz Fernando Pezão participaram hoje (12) de uma reunião sobre o plano integrado de segurança e afirmaram à imprensa que não há necessidade de recorrer à medida, defendida ontem (11) pelo prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella.
“Existe um plano de segurança nosso que sempre funcionou no carnaval. Não vamos pedir Forças Armadas”, disse Pezão, que comparou o evento com o Réveillon, que foi patrulhado sem reforço de militares. “Acho que não precisa. Sempre fizemos o carnaval com os nossos policiais.”
O ministro da Defesa concordou com a avaliação de Pezão e disse que a melhora na capacidade de pagamento salarial e de reposição de efetivo no governo do estado afasta essa necessidade. “Não há descontrole, não há desordem. O governo do estado enfrentou grandes eventos recentemente sem precisar de Forças Armadas.”
Jungmann ainda acrescentou que empregar militares no patrulhamento do carnaval do Rio geraria questionamento de outras cidades com grandes carnavais, como Recife e Salvador.
“Se eu desse aqui e negasse a elas, os prefeitos de outras capitais poderiam dizer: ‘Quem não gosta de frevo, bom ministro não é'”, disse Jungmann, ao fazer uma referência a uma frase de Crivella. O prefeito afirmou ontem que “quem não gosta de samba, bom prefeito não é”.
Na apresentação da agenda do carnaval do Rio de Janeiro, na manhã de ontem, o prefeito “fez um apelo” ao governo federal para empregar tropas federais no policiamento da cidade e da Arena Carnaval Rio 2018. O presidente da Riotur, Marcelo Alves, acompanhou o pedido do prefeito e disse que a presença das Forças Armadas era fundamental.