IAMX lança intenso álbum de rock eletrônico

Diário Carioca

Erguendo-se de uma intensa depressão que alimentou seus dois últimos álbuns, Chris Corner, mais conhecido como IAMX, lança seu novo disco Alive In New Light (AINL) no dia 02 de fevereiro. Uma celebração cinemática sobre libertar-se de seus demônios que o atormentaram, AINL mostra a alucinante fase de metamorfose de quando você não é mais aquilo que era, mas também não se transformou em quem será. O álbum é um agradecimento aos fãs e um convite para a nova fase na jornada de autoconhecimento de IMAX. A fã e tatuadora e maquiadora pós-moderna Kat Von D aparece em quatro faixas. O AINL também celebra uma linha de merchandising erótico inspirada na arte do disco criada por Ryan Clark do Invisible Creature. Em sua ardente tracklist, AINL traz a faixa “Mile Deep Hollow”, que já fez parte da trilha sonora da série How To Get Away With Murder, marcando a décima quinta faixa do IAMX a tocar na série da ABC.

Gravado e mixado por Corner no deserto da Califórnia em um trailer de frente a uma montanha, “longe dos hippies de Joshua Tree”, AINL traz nove faixas pancadas que transformam o eletrônico alternativo em algo majestoso graças ao vocal poderoso de Corner. “O deserto tem um ruído branco”, Chris explica, “Você pode se perder nos detalhes de produção e mixagem: é apenas silêncio”. “Stardust” inicia o álbum com um groove que lembra “Personal Jesus” do Depeche Mode. A faixa-título segue como uma espécie de meditação sobre renascer das cinzas. O ritmo de “Break the Chain” aumenta a urgência na voz e letra de Corner. “Body Politics” soa como um eletrônico sujo misturado com o fervor do Nine Inch Nails. “É sobre se perder no ritmo e em elementos primordiais”, explica Chris. “Exit” ecoa como as baladas cubistas de Bjork com uma batida pulsante. “Stalker” transporta o ouvinte a um exótico, sedutor e misterioso plano paralelo onde amor e obsessão se confundem. “Big Man” contempla nossa atual situação política com uma paisagem sonora circense que poderia fazer parte de um filme do Tim Burton. “Mile Deep Hollow”, apesar de seus tons sombrios e ameaçadores, é uma forma de gratidão. “The Power and the Glory”, uma referência ao Pai Nosso encerra o álbum enterrando o passado e plantando a esperança para o futuro.

Refletindo sobre o trabalho de Chris, Kat disse “Podemos facilmente trocar de armários e maquiagens e ninguém saberia a diferença. Ambos criamos, não porque queremos, mas porque PRECISAMOS”. Chris concorda, se referindo ao processo criativo como uma tortura que ao mesmo tempo é libertador. “Esse álbum é sobre conectar e tem sido uma droga fazer isso através do álbum. Toda vez que eu faço, eu me sinto exausto, mas é um impulso que não posso controlar. Se você escreve até sua dor sair, você liberta algo. Felicidade é uma habilidade.”

Transformação está no centro do caos, mas pode também ser catártico, teatral e transcendental. Em Alive In New Light (AINL), IAMX explora a complexidade da mutação através do som, da arte visual, maquiagem e de um merchandising íntimo com a ferocidade rigorosa que os fãs esperam e os novatos irão se sentir atraídos. Ambos podem vivenciar IAMX em sua glória teatral quando ele embarcar em sua turnê na Europa em fevereiro e março e nos Estados Unidos e Canadá em abril e maio. As datas serão divulgadas em breve.

Tracklist:
01. Stardust
02. Alive In New Light
03. Break The Chain
04. Body Politics
05. Exit
06. Stalker
07. Big Man
08. Mile Deep Hollow
09. The Power And The Glory

Me dê o palco, Deus sabe que minha vida precisa de encenação
Transformação está no centro da música de Chris Corner. Desde sua saída do famoso grupo de hip-hop Sneaker Pimps em 2004, o processo de Corner em se tornar IAMX tem sido teatral, transcendente e comum. Andrógino e visceral, IAMX sofreu uma metamorfose de um garoto de cidade pequena a um pop star internacional em 1990 a um criador de arte pura que destrói o conceito de gênero nos anos 2000. Cheio de experiências eletrônicas misturadas a energia punk e letras confessionais, o som, o estilo, as performances, os vídeos e a personalidade gótica e industrial de Corner são maiores que a própria vida.

Eu esqueço que existe um mundo lá fora
Corner cresceu como um geek ansioso e seu interesse por música foi despertado quando um “tio estranho” tocou uma “música estranha” para ele. Seu interesse se tornou uma obsessão e sua obsessão se transformou em um fascínio por tecnologia. O interesse se mantém até hoje. IAMX não apenas escreve e toca como produz sua própria música. O garoto estranho que passava tempo demais em seu quarto se tornou um iconoclástico artista que recentemente tem passado seus dias em um trailer no deserto encarando uma montanha, exigentemente mixando seu novo álbum, Alive in The Light (AINL).

Eu vi atenção – Enxergue através de mim
A adolescência curiosa de Corner chegou a outro nível quando ele se conectou com o namorado de sua irmã mais velha Liam Howe, quem se tornou um amigo e colaborador do músico. Sua primeira banda juntos, F.R.I.S.K., lançou dois EPs produzidos em casa – Sould of Indiscretion, World as a Cone. A dupla também se apresentou como DJs sob o nome Line of Flight. Em 1995, Corner e Howe formaram Sneaker Pimps em Hartlepool, Inglaterra com a ajuda de Kelli Dayton (vocal), Joe Wilson (baixo) e Dave Westlake (bateria). A banda invadiu as paradas de pop com seu álbum de estreia, Becoming X, que trazia as faixas “6 Underground” e “Spin Spin Sugar”. Eles venderam um milhão de cópias e saíram em extensas turnês que chamou a atenção da Virgin Records com quem acabou assinando um contrato.

Tem algo agitado dentro de mim
Em 1998 a banda mudou sua direção artística que levou a substituição do vocal de Corner por Kelli. Splinter formou um fandom culto que continuou com o a banda durante o lançamento do terceiro álbum, Bloodsport e além. Logo depois, Chris percebeu que a banda não era o caminho certo de levar sua música e então sua ideia de IAMX surgiu.

Eu sei que você quer ser salvo
Apesar de algumas músicas do álbum de estreia do IAMX terem sido planejadas para fazer parte do quarto álbum do Sneaker Pimps, vestígios da vida antiga de Chris logo sumiram quando seu pseudônimo teatral surgiu com força.

Desde de 2004, IAMX tem mantido uma agenda frenética de produção e turnês. Um ano depois, durante o pico de sua renascença eletrônica, ele se mudou para Berlin. IAMX lançou seu segundo disco, The Alternative, em 2006, e seu sucessor Live in Warsaw em 2008. Kingdom Of Welcome Addiction e seu álbum de remix Dogmatic Infidel Comedown OK foi lançado em 2009 e em 2010 a vida de Corner passou por uma fase sombria. Nesse tempo ele produziu um trabalho muito atraente, incluindo Volatile Times (2011) e The Unified Field (2013). O último sendo considerado um marco no desenvolvimento criativo de IAMX.

O mundo lá fora pode ainda ser bonito – mas eu amo essa cela
Sucedendo uma turnê mundial de sucesso, Corner se encontrou em um estado depressivo. Seu tormento o levou a se mudar para Los Angeles na ensolarada Califórnia para uma mudança de cenário. “Eu parei de ouvir música por quase um ano. Eu parei de compor e era quase insuportável ouvir música. Por exemplo, eu não podia assistir televisão, eu não podia nem dirigir que essas ondas de pânico, depressão e esgotamento surgiam. Eu pensei que eu nunca mais seria capaz de fazer música novamente e nunca mais ouviria música. Esse é um pensamento muito assustador”, ele explicou.

Na luz do sol e na poeira da Califórnia
A mudança foi uma ótima ideia e produziu um dos melhores álbuns do IAMX, Metanoia (2015) e o mini-álbum Everything Is Burning (2016). Ao usar suas emoções naqueles dois álbuns de sucesso e uma rigorosa turnê mundial, IAMX lançou Unfall, um álbum instrumental que limpou sua paleta criativa. Em 2017, Corner saiu de sua depressão e entrou em um estado de euforia que foi capturado em seu novo álbum Alive In New Light (AINL).

Os garotos e seus brinquedos estão trazendo o vazio em nosso caminho
Com seu sucesso, IAMX é um dos artistas com mais músicas na trilha sonora de How To Get Away With Murder da ABC. Até o início de 2018, ele já teve 16 de suas músicas na série, se tornando um dos compositores mais reconhecidos na televisão graças ao criador e fã Pete Nowalk. Outro fã que acabou se tornando colaborador é a tatuadora Kat Von D que canta em quatro das faixas do AINL e compartilha o estilo e senso de estética com IAMX. A estética de IAMX não se limita a música e moda. Como um artista visual, ele cria incríveis efeitos em suas apresentações e clipes.

O céu abriu e eu venci
IAMX não está certo de onde sua nova liberação irá levá-lo. Saindo de uma sociedade trabalhadora artística, depois de desespero profundo ao encontro da luz, a armadura de IAMX é mais permeável e sua criatividade mais estimulante com o otimismo de Los Angeles. Para Chris Corner, que se tornou IAMX, a jornada transformadora que começou em seu quarto quando criança no norte da Inglaterra e chegou ao deserto da Califórnia, continua. O I AM (“Eu sou”) do IAMX pode significar um estado fixo de ser, mas o X significa a variável em matemática e IAMX é a pessoa que não parou de evoluir.

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Equipe de jornalistas, colaboradores e estagiários do Jornal DC - Diário Carioca