Deputados debatem privatização da Cedae

Diário Carioca

No Dia Mundial da Água, deputados da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) se reuniram, no Plenário da Casa para debater a privatização da Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae). A data, criada pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1993, é comemorada anualmente em todo o mundo no dia 22 de março A cerimônia serviu como um ato em prol da aprovação do projeto de lei 3.710/17 que propõe mudar as garantias do empréstimo de R$ 2,9 bilhões entre o Governo do Rio e o banco francês Paribas.

O empréstimo, que tem duração de três anos, oferece a Companhia como garantia e pode custar mais de um bilhão em juros para os cofres públicos. Segundo o presidente do Conselho Fiscal Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas de Saneamento Básico e Meio Ambiente do Rio de Janeiro (Sintsama-RJ), Flávio Guedes, é possível substituir a venda da empresa por créditos tributários que a própria Cedae tem direito. “A Companhia tem direito por não precisar pagar Imposto de Renda desde 2008. Esses créditos tributários estão em torno de R$ 2,7 bilhões, um valor muito próximo ao que foi pego com o empréstimo”, disse Flávio.

Aprovação do projeto

O líder do PT na Casa, deputado Gilberto Palmares, frisou que a medida garante que o estado continue controlando a Companhia. “Esse projeto, se aprovado, evita o risco da privatização e estabelece um limite para a alienação das ações. O texto ainda está na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e precisa ir a Plenário”, pontuou o petista.

Representantes das associações de trabalhadores da Cedae pediram urgência na apreciação do projeto de lei. “Precisamos tirar a Cedae, o quanto antes, das garras do capital financeiro internacional, representado pelo banco francês, que está interligado com o problema do Rioprevidência”, justificou Flávio Guedes.

Saneamento na Baixada Fluminense

Durante a reunião, funcionários da companhia lembraram que atualmente a empresa realiza a maior obra de saneamento na Baixada Fluminense. Além disso, é uma empresa superavitária, que paga dividendos ao Estado, e aplica a tarifa social beneficiando milhares de fluminenses. “Não podemos entregar esse patrimônio público que produz um bem essencial à vida, que é a água, para a iniciativa privada”, afirmou o deputado Dr Julianelli (PSB).

O presidente da Comissão de Trabalho da Alerj, deputado Paulo Ramos (PDT), que presidiu a reunião, acredita na aprovação do projeto pela Casa. “A resistência é grande, mas vamos lutar pelo interesse maior da população”, garantiu o parlamentar. Paulo Ramos teve o apoio dos deputados Waldeck Carneiro do (PT), Enfermeira Rejane (PCdoB), Eliomar Coelho (PSOL) e Luiz Paulo (PSDB), que também estiveram na reunião.

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Equipe de jornalistas, colaboradores e estagiários do Jornal DC - Diário Carioca