MP denuncia traficantes que mandavam matar quem mantinha ligações com policiais

Diário Carioca

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio da 7ª Promotoria de Investigação Penal da 3ª Central de Inquéritos, denunciou quatro traficantes de Belford Roxo, na Baixada Fluminense, por homicídio e tentativa de homicídio qualificados. Segundo a denúncia, a quadrilha mandava assassinar as vítimas porque elas mantinham ligações com policiais, “ainda que só de amizade”.

Em nota, o MP menciona o caso em que, sob a liderança de Cremilson Almeida de Souza, conhecido como Coroa, no dia 1º de janeiro deste ano, os criminosos mataram a tiros Wellington Figueira, conhecido como Pezão. “A vítima foi alvo do crime em razão de ter passado parte da tarde em um bar bebendo com um amigo policial”, diz a nota.

De acordo com investigações do MP, há ordem expressa de Coroa para que os traficantes matem todos os policiais, militares e pessoas que tenham alguma relação com os policiais na região do Vale do Ipê, em Belford Roxo. O traficante divulgou lista de pessoas a serem mortas por este motivo.

Homem luta para não morrer

Ainda segundo o Ministério Público, no mesmo dia em que mataram Wellington Figueira, os denunciados tentaram matar Osiel de Paula Resende que teria relação com policiais. A vítima estava na porta de casa quando um dos bandidos desembarcou de um carro e atirou diversas vezes. O homem entrou em luta corporal com o agressor. Depois, os denunciados fugiram.

Além de Cremilson, o Ministério Público denunciou ainda Wallace Feliz Lima, vulgo Lace; Julio Augusto Conceição Barros da Silva, vulgo Pará; e Marcelo Fernandes Silva, conhecido como Jebe.

Ainda segundo o MPRJ, a liderança de Coroa em comunidades de Belford Roxo está estabelecida pelo menos desde 2016, com homicídios praticados em decorrência da rivalidade entre traficantes, policiais e desavenças.

Foi na região dominada por ele que o policial militar Daniel dos Santos e Silva foi morto, em maio de 2017, após entrar na comunidade Parque Roseiral atrás de um balão em queda.

“Ele entrou na comunidade por equívoco junto com um grupo de amigos e, ao ser abordado por integrantes do tráfico, foi reconhecido como policial e baleado ao tentar fugir”, sustenta o MP, acrescentando que as investigações foram realizadas pela Divisão de Homicídios da Baixada Fluminense.

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Equipe de jornalistas, colaboradores e estagiários do Jornal DC - Diário Carioca