Será que uma espinha isolada merece o mesmo tratamento de um quadro agressivo de acne? Dermatologista explica como resolver o problema pontual e como tratar casos mais severos do problema.
O tratamento de uma espinha isolada e um quadro severo de acne não deve ser feito da mesma forma, segundo o dermatologista Dr. Jardis Volpe, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da Academia Americana de Dermatologia. Isso porque substâncias que secam a pele em demasia, se aplicadas num quadro não tão severo de acne, pode causar efeito rebote: “Se retirarmos em demasia a oleosidade, a acne acaba voltando pior”, explica. O dermatologista explica, a seguir, o que fazer com a acne (dependendo do grau e do tempo de aparecimento da doença):
Diário Carioca: O que fazer com uma espinha que surgiu uma hora antes da festa?
Dr. Jardis Volpe: Se estamos falando de uma espinha isolada, daquelas internas ou vermelhas, sem a famosa coloração amarelada (nesse caso, chamamos de pústulas), para uma emergência podemos utilizar aplicação de gelo envolto em um tecido ou bolsas pequenas de gelo, por alguns minutos. O gelo é anti-inflamatório e faz desinchar a espinha rapidamente. Logo após, pode-se aplicar um creme com ácido salícilico ou peróxido de benzoíla”, explica. Mas atenção com as soluções caseiras, como colírios: “O colírio para olhos vermelhos contém agentes vasoconstritores, que fecham os vasos, causando contração e melhorando a vermelhidão de uma espinha isolada. Não costumo recomendar porque esses agentes causam um efeito rebote grande, e a vermelhidão pode voltar mais forte e o efeito é temporário.
Diário Carioca: Depois de um dia, como tratar?
Dr. Jardis Volpe: Esfoliar a pele levemente com um produto que contenha partículas esfoliantes, nesse caso, costumo prescrever aos meus pacientes esfoliantes com sementes de damasco, que são uniformes e não agridem tanto a pele. Logo após, usar um tônico adstringente com ativos secativos e bactericidas. Em seguida, recomendo a aplicação de um creme cicatrizante. Isso ajuda a reduzir a inflamação. Ainda podemos usar um secativo com ácido salicílico ou peróxido de benzoíla para dormir”, recomenda. “Quanto às receitas caseiras: dissolver um comprimido de aspirina com um pouco de água até que se forme uma pasta e aplicar com um cotonete em cima da lesão de acne, deixando agir durante à noite. O ácido acetilsalicílico é anti-inflamatório. É importante usar protetor solar não oleoso no dia seguinte e prosseguir com a lavagem ao acordar.
Uma semana depois…
“Aqui temos mais tempo e aí sim vale a visita ao dermatologista, principalmente se o quadro se acentuar com surgimento de novas espinhas. Podemos lavar a pele com sabonetes que contenham ácidos, como o glícólico ou salicílico, por exemplo, tonificar com um produto adstringente, com ativos bactericidas e usar cremes que tratam as espinhas – ativos como Acneol SR (ação seborreguladora, anti-inflamatória e cicatrizante), peróxido de benzoíla, ácido salicílico, por exemplo, são excelentes opções. Mas por se tratarem de ácidos, vale a pena a recomendação do dermatologista”. Dr. Jardis explica que lasers para desinflamar a pele têm resultados eficientes ao reduzir a oleosidade: “Um dos mais efeitivos é o tratamento AcnePlus, do Fotona, que usa um laser anti-inflamatório para reduzir as lesões e a seborreia. Quando há pontos amarelados que precisam ser drenados, usamos terapias para uma higienização profunda da pele com vácuo e luz ultravioleta, além de drenar espinhas com pus”, explica.
Segundo o dermatologista, principalmente depois de uma semana, cabe um alerta importante às pessoas que querem se ver livres da espinha e decidem “estourá-la”: “Não é indicado espremer, pois piora a inflamação, aumentando o avermelhamento e dificulta a cicatrização, fazendo com que manchas e cicatrizes surjam. Para aquela espinha em que se vê um pontinho amarelo, uma dica é fazer uma compressa com gaze e chá verde morno na lesão por alguns minutos, 3 vezes ao dia, para facilitar com que a própria espinha drene naturalmente mais rápido”. Na evolução da acne, podemos usar cápsulas de Fosfolipídeos de Caviar (FC Oral) para ajudar a controlar o processo de inflamação.
Graus severos
Casos mais severos de acne, com acometimento importante e múltiplas lesões persistentes, o dermatologista diz que é necessário o uso de medicamentos via oral com antibióticos, corticoides e anti-inflamatórios, para controlar a infecção e inflamação, receitados por dermatologista.
Fonte: Dr. Jardis Volpe, dermatologista; Diretor Clínico da Clínica Volpe (São Paulo). Formado pela Universidade de São Paulo (USP); Especialista em Dermatologia pela Sociedade Brasileira de Dermatologia; Membro da Sociedade Americana de Laser, da SBD e da Academia Americana de Dermatologia; Pós-graduação em Dermatocosmiatria pela FMABC; Atualização em Laser pela Harvard Medical School. www.clinicavolpe.com.br