O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, determinou que a Polícia Federal (PF) apure o vazamento de informações sobre o inquérito que investiga supostas irregularidades no Decreto dos Portos.
Segundo o ministro, é “inadmissível” comprometer o direito de defesa de qualquer cidadão ou do Senhor Presidente da República. Além disso, ele falou que vazar informações é ato passível de sanções penais.
Nesta sexta-feira (27), o presidente Michel Temer fez um pronunciamento em tom de reclamação e afirmou que as acusações tentam denegrir a honra dele e de sua família.
“Qualquer contador, qualquer professor de matemática, consegue concluir que, ao longo do tempo, eu obtive recursos suficientes para comprar os imóveis que comprei e reformar os imóveis que reformei. Só um irresponsável, mal intencionado ousaria tentar me incriminar, a minha família, minha filha, meu filho de 9 anos de idade, como lavadores de dinheiro!”
Segundo a reportagem publicada nesta sexta-feira (27) pela Folha de S.Paulo, a Polícia Federal acredita que existem indícios de que o presidente tenha usado dinheiro de propina para reformar imóveis da família e ocultado bens em nome de terceiros. Temer, exaltado, se disse revoltado com a acusação.
“Dizer que lavei dinheiro em uma casa alugada, dizer que gastei R$ 2 milhões! A insinuação aqui se trata de uma reforma em uma casa alugada e uma outra casa. Em que mundo estamos? É revoltante! É um disparate!”
Temer, então, disse que pediria a Jungmann uma investigação para apurar os supostos vazamentos. Em resposta, a Associação Nacional dos Delegados da Polícia Federal (ADPF) divulgou nota na qual manifestou “preocupação” com a fala do presidente Michel Temer, acrescentando que a PF “não protege nem persegue qualquer pessoa”. Alvo de inquérito, Temer afirmou que é alvo de “mentiras” e de “vazamentos irresponsáveis”.
Reportagem, Cintia Moreira