O interior de uma igreja católica, no Rio de Janeiro, foi cenário da comovente entrevista de Marinete da Silva, mãe de Marielle Franco, vereadora do PSOL morta a tiros no Rio de Janeiro.
O local foi especialmente escolhido por ela para conversar com Maria Cândida, apresentadora do programa Manhã Leve, da TV Aparecida. Trata-se do lugar onde a família, incluindo Marielle, sempre frequentaram as missas. No encontro, Marinete mostrou não ter perdido a fé em Deus e em Nossa Senhora, nem deixou de ser cristã, após a brutalidade que vitimou a filha.
A entrevista, que vai ao ar no canal católico no dia 11 de maio, às 10h, discorre sobre a vida da família antes e após a morte de Marielle. Católica devota, Marinete, cuja mãe teve 11 filhos, é paraibana e advogada. Sentada com Maria Cândida num banco da igreja, Marinete se manteve forte o tempo todo. Não chorou. Respondeu com tranquilidade às perguntas voltadas à maternidade, lembranças, a luta da filha, sua dor e fé, bem como a ligação que recebeu do Papa Francisco.
Ainda durante a conversa, Marinete se emocionou com a imagem de Nossa Senhora Aparecida, que recebeu do Santuário Nacional e da TV Aparecida, pelas mãos de Maria Cândida.
Num dos poucos momentos da conversa em que Marinete sorriu foi quando questionada sobre o telefonema do Papa Francisco. Ela contou ter recebido a ligação no dia da Missa de 7º Dia da filha. O Papa, segundo contou, disse que estava solidário e iria rezar muito pela família e por ela.
Por fim, a mãe da vereadora, cujos assassinos ainda não foram encontrados, deixou uma mensagem para as mães – principalmente àquelas que sofrem a perda dos filhos de forma trágica – não perderem a esperança por Justiça.
“… Fizeram com a minha filha, estão fazendo com outros filhos, principalmente aqui no Rio de Janeiro, que a gente está vivendo uma situação bem complicada, pra não perder a esperança. Aquele negócio: Deus dá, Deus tira. Não! Deus não queria, mas, infelizmente, o nosso Deus passa pelo nosso humano. É a humanidade que nos ceifa, que nos dá esse tipo de dor, para mim, para outros. Em nenhum momento podemos imaginar que isso acaba aqui!”, concluiu.