Bancos de Leite Humano ajudam a personalizar atendimentos aos recém-nascidos das unidades neonatais

Diário Carioca

O Brasil é referência internacional quando o assunto é doação de leite humano. Nossa Rede de Banco de Leite é a maior e mais complexa do mundo, contando com 219 bancos e 196 postos de coleta – presentes em todos os estados. No ano passado, foram distribuídos 155 mil litros que beneficiaram 198 mil recém-nascidos de baixo peso, internados em unidades neonatais. A filha da servidora pública, Gisele Bortolini, foi uma das crianças que recebeu o auxílio.

“Eu tive pré-eclâmpsia grave e a Helena teve que nascer prematura e ela precisou ficar internada numa UTI durante quatro meses, porque ela nasceu muito pequena – ela nasceu com 740 gramas. E, como ela era muito pequena, ela não podia mamar diretamente no meu peito. Ela recebia leite materno por uma sonda. Eu ordenhava o leite que ela precisava, e depois de um tempo eu passei a não conseguir ordenhar tudo o que ela precisava. E aí o que eu não conseguia ordenhar, eu tive apoio do Banco de Leite”.

O processo de classificação feito nos Bancos de Leite permite aos hospitais oferecer um atendimento personalizado que contribui para um menor tempo de internação. Isso porque, o bebê recebe o tipo de leite ideal para o quadro clínico e, assim, fica protegido infecções, diarreias e ganha peso na proporção adequada. É o que explica a coordenadora das ações de aleitamento materno do Ministério da Saúde, Fernanda Monteiro.

“O Banco de Leite Humano consegue identificar a qualidade do leite para cada um dos recém-nascidos. Por exemplo, eu tenho um bebê internado e que precisa engordar para ir embora. Então a gente consegue identificar qual o leite mais gorduroso, que tenha uma quantidade maior de calorias, pra fazer essa criança engordar logo e ir embora. Se a gente tem um bebê que está com muita infecção vamos dar prioridade ao leite que a gente chama de colostro – que é o leite que tem propriedades importante de anticorpopos para aquela criança, para que ela consiga responder a essa infecção. Então, ele [o leite] é para o cliente. Conforme a necessidade do cliente – que é o prematuro”.

As doações feitas nos postos de coleta são encaminhadas aos Bancos de Leite que fazem a distribuição nas unidades de internação neonatais. Para doar, basta estar saudável e procurar o posto de coleta por meio do número 136 ou acessar: saúde.gov.br/doacaodeleitematerno.

Reportagem, Aline do Valle

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