Mulheres iranianas são impedidas de frequentar eventos esportivos no país desde 1981. Nesta semana, a seleção do Irã sofreu derrota de 1 a 0 para Espanha. Após o jogo, o capitão Masoud Sojaei deu entrevista para a imprensa e demonstrou apoio ás mulheres que participaram da torcida na Arena Kazan, na Rússia.
A lei, que foi estabelecida após a Revolução Islâmica, diz que as mulheres não possuem acesso livre para frequentar estádios e ginásios no país. O diretor do Centro Islâmico do Brasil, Nasser Khazraji, explica que a proibição que tem como base a religião.
“Não é uma questão política, e sim uma questão religiosa. Dentro das tradições islâmicas, existem algumas limitações no que diz respeito à presença do homem e da mulher no mesmo espaço. Principalmente em lugares onde tem esse tipo de espetáculo, onde tudo pode acontecer, tanto alegria quanto tristeza.”
O que rege esse tipo de comportamento dos mulçumanos é a Sharia, um tipo de código de conduta fundamentado no islamismo. Uma das regras principais é que homens e mulheres são espiritualmente iguais perante Allá, mas só espiritualmente. Por esse motivo, Nasser Khazraji acredita que é possível um espaço para as mulheres nos estádios, desde que seja separado dos homens ou em família.
“Pode sim acontecer, se forem isolados. Pode acontecer de um espaço ser reservado para as mulheres onde elas mesmas podem se sentir mais à vontade, mais acomodadas. Porque você sabe que, infelizmente, as mulheres às vezes são maltratadas e perseguidas.”
A campanha do jogador Massoud para que as mulheres possam frequentar os jogos no Irã foi feita, nesta semana, durante a Copa do Mundo. Mas em março, o presidente do Irã, Hassan Rouhani, se reuniu com o presidente da FIFA, Gianni Infantino. Rouhani garantiu que em breve as mulheres poderão acompanhar os jogos de dentro do estádio.
Reportagem, Sara Rodrigues