A taxa de desemprego no país se manteve estável no país durante os meses de março, abril e maio, em comparação aos três meses anteriores.
De acordo com números da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio do IBGE, publicada nesta sexta-feira (29), cerca de 13 milhões e 200 mil pessoas estão desempregadas em todos os estados.
Em comparação ao mesmo período de 2017, a taxa do desemprego caiu pouco mais de meio por cento, saindo de 13,3% para 12,7%. O número de empregados com carteira de trabalho assinada caiu 1,5%, em comparação com dados levantados no mesmo período do ano passado. O número representa cerca de 500 mil trabalhadores a menos sem os direitos trabalhistas assegurados.
Para o coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, Cimar Azeredo, os números ainda estão refletindo a crise econômica sofrida pelo país de 2013.
“Em função dessa crise, que começa em 2014, final de 2013, você tem uma redução expressiva na qualidade de emprego. A gente sabe da importância da carteira de trabalho assinada na vida do trabalhador brasileiro. Ela funciona, principalmente, na população de status de renda mais baixa como passaporte para crédito, do seguro-desemprego, da assistência social, do fundo de garantia. Com a crise econômica, você tem uma redução dessa população trabalhando com a carteira”.
O número de trabalhadores no mercado informal cresceu no país, em comparação aos dados do ano anterior. De acordo com a PNAD Contínua do IBGE, a alta da informalidade foi de 2,5%. O número representa cerca de 600 mil pessoas a mais no mercado informal de trabalho. Azeredo ressalta ainda que a informalidade no mercado de trabalho gera prejuízos para os governos e insegurança para os trabalhadores.
“Não é bom para o país, não é bom para a pessoa e não é bom para ninguém, no médio, no curto e longo prazo. 80% dessa população nem cadastradas no CNPJ estão. Ou seja, é um negócio totalmente informal, com uma renda baixa, sem segurança e, muitos deles, nem estão contribuindo com a Previdência”.
Ainda de acordo com a PNAD Contínua do IBGE, as atividades econômicas que mais abriram vagas de trabalho nos meses de março, abril e maio deste ano foram administração pública e educação e saúde humana, com crescimento de quase 3%, ou seja, cerca de 420 mil novas vagas.
O emprego recuou no comércio, nos serviços domésticos e na prestação de serviços voltada para reparação de veículos automotores e motocicletas. A retração nesses setores foi de 1,5%, com cerca de 260 mil vagas a menos no mercado de trabalho.
Nesta semana, o Banco Central diminuiu a expectativa de crescimento do país, neste ano, de 2,6% para 1,6%. A inflação deve fechar 2018 com leve alta, passando de 3,8% para 4,2%.
A taxa de juros aplicada no país deve continuar em 6,5%, ao ano, mas esse número pode aumentar no decorrer do próximo semestre.
Reportagem, Cristiano Carlos