A Superintendência Regional do Trabalho de Roraima (SRT-RR) emitiu 14.311 carteiras para os venezuelanos, no período de setembro de 2017 a julho de 2018. A medida é uma forma de auxiliar os imigrantes que chegam ao Brasil fugindo da crise que abala a economia da Venezuela, para que consigam emprego e tenham direitos garantidos em solo brasileiro.
Considerando somente os meses de janeiro a julho deste ano, a quantidade de emissões chega a 11.547 carteiras de trabalho, número que supera o montante de documentos emitidos no ano passado para todos os estrangeiros no estado de Roraima. A média dos primeiros sete meses de 2018 foi de 1.649 carteiras para venezuelanos por mês, de acordo com a Coordenação de Identificação e Registro Profissional (Cirp) do Ministério do Trabalho.
“O Ministério do Trabalho está atuando para aumentar o efetivo de servidores na SRT de Roraima, em Boa Vista. O objetivo é agilizar o fluxo no processo de emissão de carteiras, garantindo o atendimento ao público brasileiro e estrangeiro”, explicou o coordenador da Cirp, Sérgio Barreto Silva
Vagas – O saldo de vagas para trabalhadores não brasileiros – diferença entre as admissões e demissões – ficou em 2.406 nos meses de abril, maio e junho, menos do que o verificado no trimestre anterior, quando tinham sido abertos 3.452 postos. A maioria das vagas ainda é dos haitianos, que ocuparam 1.468 postos, mais da metade do total gerado para imigrantes no país.
Os venezuelanos estão em segundo lugar, com 802 novos postos. Nesse caso, porém, o número de vagas criadas quase dobrou, pois no trimestre anterior foram 432.
Segundo relatório trimestral do Observatório das Migrações Internacionais (Obmigra), as vagas para os imigrantes que trabalham no Brasil são ocupadas principalmente nas funções de alimentador de linha de produção, auxiliar nos serviços de alimentação, cozinheiro geral, abatedor, vendedor de comércio varejista, magarefe, pedreiro e repositor de mercadorias.
Setores – Entre os setores econômicos em que eles mais estão presentes, destacam-se restaurantes e similares, construção de edifícios, abate de aves, hotéis, lanchonetes, casas de chá, sucos e similares, comércio varejista em geral, principalmente de produtos alimentícios, supermercados, frigorífico para abate de suínos, vestuário, limpeza em prédios e em domicílios.
O relatório aponta que, após o terremoto que devastou o Haiti, o grande fluxo de entrada no Brasil veio de lá. Agora, há uma grande entrada de venezuelanos, o que tem reflexos no mercado de trabalho.