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segunda-feira, novembro 25, 2024

Ministério da Saúde indica “aceleração descontrolada” nos próximos dias de pandemia

BrasilMinistério da Saúde indica "aceleração descontrolada" nos próximos dias de pandemia

Neste sábado (4), em coletiva de imprensa sem a presença do ministro Luiz Henrique Mandetta, o Ministério da Saúde divulgou os dados atualizados da pandemia de coronavírus no Brasil. São 10.278 casos confirmados e 432 mortes pela doença. O órgão informou que, nos próximos dias, haverá uma mudança na fase epidêmica, com uma “aceleração descontrolada” dos casos.

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Nas últimas 24 horas, foram 1.222 novos casos, um aumento de 13% em relação ao dia anterior, e 73 mortes confirmadas. São 20% mais mortes do que na sexta-feira (3). Segundo o boletim epidemiológico, das 360 mortes com investigações concluídas, 67 pessoas não eram idosas e 76 não possuíam outra doença, ou seja, estavam excluídas dos grupos de risco.

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Apesar do aumento expressivo no número de casos e mortes, o Ministério da Saúde não quis falar em cenários possíveis a longo prazo e “torce” para que o Brasil “dê conta” das próximas fases. “A projeção é de 20% a 30% acima da base consolidada no dia anterior”, explicou o secretário-executivo da Saúde, João Gabbardo dos Reis, que conduziu a coletiva.

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Aceleração descontrolada

Conforme informou o Ministério da Saúde, nos próximos dias é prevista uma mudança na fase epidêmica para quatro estados (São Paulo, Rio de Janeiro, Ceará e Amazonas) e o Distrito Federal. “Nós já prevíamos desde o início, pois são os estados em que há uma relação de viagens maior”, relatou Gabbardo. 

“Começamos a entrar numa fase de crescimento, de uma curva íngreme de novos casos. Estamos numa transição da primeira frase, de transmissão localizada, e percebendo que em alguns locais estamos na fase de aceleração descontrolada, com um número muito maior de casos”, declarou o secretário. 

Segundo Gabbardo, a expectativa é que, com a chegada do inverno, os estados da região Sul entrem na fase de aceleração descontrolada em junho. “Neste momento, a preocupação é que a gente tenha a maior capacidade possível de leitos de UTI, de equipamentos de proteção individual e de pessoas para dar conta da demanda”, disse. 

O secretário declarou ainda que tem dúvidas a respeito do cenário que se apresenta para o Brasil nos próximos meses. “Se você me perguntar se tudo isso vai dar conta, eu vou te responder: ‘Há algum país que conseguiu conter essa ‘pane’?’. E o Brasil não vai enfrentá-la? Vamos torcer para que ela não aconteça.”

A perspectiva apresentada pelo Ministério de Saúde é de que enfrentemos uma situação cada vez mais crítica pela convergência de doenças e epidemias características desse período no país, como a dengue, a gripe e o sarampo. Segundo Gabbardo, as “tensões acumuladas” devem “forçar muito” o sistema de saúde nacional.

Avanço do coronavírus

Com o crescimento no número de casos, o Brasil superou a Coréia do Sul e assumiu a 16° posição em número de infectados pela covid-19 no mundo, que já chega a 1,8 milhão, segundo dados da Universidade John Hopkins. Em relação à letalidade, com uma taxa nacional que saltou de 3,2% para 4,2% em sete dias, o Brasil passa para a oitava posição entre as 181 nações atingidas pelo vírus. No mundo, a taxa de letalidade média da doença é de 5,4%.

“Estamos nos precavendo, já assumindo que a curva será rápida como na Itália”, apontou o secretário. No momento, a Itália está em terceiro lugar em número de casos, com mais de 124 mil pessoas infectadas, mais de 15 mil mortes e com uma taxa de letalidade superior a 12%. 

Na visão do Ministério da Saúde, o isolamento social neste momento deixa o Brasil em vantagem em relação a outros países no combate ao coronavírus. Isso porque, segundo Gabbardo, o distanciamento evita que todas as pessoas contraiam o vírus ao mesmo tempo, o que sobrecarregaria o sistema de saúde. “O Brasil teve a sorte de poder se preparar da melhor maneira possível. Talvez essa seja a grande diferença do que acontecerá em relação aos outros países”, avaliou.

Edição: Camila Maciel


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