Após carta da classe artística de Curitiba, o prefeito Rafael Greca (DEM) convocou, na última sexta-feira (29), os signatários da carta para uma reunião. Apesar da ausência do prefeito, o encontro, que contou com a presença de representantes das finanças e da cultura da Prefeitura, acabou por sinalizar algumas respostas.
Assinada por mais de 100 entidades, coletivos e artistas da capital paranaense, a carta pede ações emergenciais para o setor cultural da cidade. A principal reivindicação expressa no documento é a liberação do recurso do Fundo Municipal de Cultura, que chega a R$ 14 milhões. O recurso já está previsto na Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2020.
Na reunião com a prefeitura, “ficou definido que será formado um grupo para estudar ações que respondam nossas reivindicações. Mas insistimos que, sem o descontingenciamento do Fundo, não há como realizar muita coisa”, relatou o músico Téo Ruiz, um dos organizadores da carta e do movimento.
Detalhes da carta
Além do descontingenciamento do Fundo Municipal de Cultura, os artistas pedem também a criação de um programa de renda emergencial para os trabalhadores de cultura e a elaboração de editais, prêmios já prevendo a recuperação pós pandemia. Segundo Téo Ruiz, “somos um setor que muito provavelmente terá dificuldades de retornar ate o final de 2020”.
:: Confira a carta na íntegra aqui ::
Apesar da flexibilização de algumas regras do isolamento social, que incluem, por exemplo, reabertura de bares e restaurantes, não existe nada que sinalize a reabertura de teatros e a realização de shows e eventos. Diante das dificuldades de uma categoria profissional que foi a primeira a parar e provavelmente será a ultima a voltar à normalidade, os signatários da carta pedem a atuação do estado. “O estado é fundamental para fomentar a cultura e neste momento mais ainda. Principalmente para nós que não temos como trabalhar na pandemia. E, a perspectiva para 2020 é zero,” explica Téo Ruiz.
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A carta ainda aborda sobre a importância da cultura na economia da cidade e a reivindicação por uma iniciativa da parte da Fundação Cultural. : “O nosso setor emprega mais de 5% da mão de obra do país e responde por mais de 2% do PIB nacional. A cultura representa um segmento expressivo e estratégico para cidade de Curitiba e, portanto, o repasse da Prefeitura ao Fundo Municipal de Cultura pode e deve ser considerado um investimento na própria economia do município. É neste sentido propositivo que consideramos que não podemos mais esperar: é necessária a construção imediata de um plano de ação em conjunto com a prefeitura e a FCC que impliquem em mais ações e que possam ser desenvolvidas durante e após este período de pandemia. Vemos que ainda mais nesta situação excepcional a FCC pode e deve assumir um papel de protagonismo”, diz a carta.
Fonte: BdF Paraná
Edição: Gabriel Carriconde e Camila Maciel