Câmera Record retrata a luta de artistas para não deixar o circo morrer em meio à pandemia

Diário Carioca

Divulgação/Record TV

Câmera Record deste domingo, dia 07/06, mostra a difícil batalha de palhaços, malabaristas e acrobatas que tentam não deixar o circo acabar em meio à crise de covid-19. Sem o público para sobreviver, eles buscam maneiras para se reinventar e passar pelos desafios impostos pela pandemia.

No Brasil, cerca de dois mil circos estão na corda bamba por causa das restrições impostas pela pandemia. Sem espetáculo, não tem dinheiro. E muitos dos 30 mil  artistas populares se equilibram como podem para pagar as contas.

Embora o momento seja de muitas incertezas, o espetáculo não pode parar. Para garantir a sobrevivência do circo, o jeito é improvisar, como fez a trupe do Circo Fantástico, em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, que passou a fazer os espetáculos no estacionamento de um shopping da cidade: agora o público assiste às apresentações dentro dos carros, como num drive-in. 

A solução não muda a situação financeira da equipe, mas já ajuda aqueles que pouco tempo atrás não tinham sequer um trocado.  “A gente não tá ganhando muito coisa, mas dá um certo alívio”, diz o palhaço Mario Cascão.

Um dos representantes da arte que espalha alegria pelo Brasil, o Circo Pindorama dos 7 Anões tem uma estrutura de 1.200 metros quadrados, rodeada por ônibus, carretas e trailers, que servem como casa para quem fica tão pouco tempo parado. “O nosso máximo era de 15 dias, quando tá dando um bom dinheiro”, revela Charles, um dos donos.

Mas há três meses, a trupe não pode sair da pequena Nossa Senhora das Dores, no interior do Sergipe. Arquibancada e picadeiro vazios, quase nada ali lembra a atividade de poucos meses atrás. “O circo é feito para alegria, para explosão, todo mundo dando aquelas gargalhadas, mexendo com o palhaço. O circo não é para ficar triste, abandonado”, desabafa Cleide.

São 45 pessoas que vivem no Pindorama, a maioria da mesma família. Sem faturar, o jeito é usar as economias, que já estão no fim, para pagar funcionários. Além de depender de doações para alimentar todo esse pessoal. “Não fosse o dono da padaria, nós não teríamos o que comer no café da manhã”, acredita Charles.

Em São Paulo, Marlon precisou trocar de personagem. Guardou a fantasia de palhaço e vestiu a de vendedor de biscoito. “Estou vendendo biscoito para comprar mistura para casa. Comprar uma carne, ovo, frango”, lamenta.

O Câmera Record vai ao ar aos domingos, às 23h15, e é apresentado por Sergio Aguiar.

Share This Article
Follow:
Equipe de jornalistas, colaboradores e estagiários do Jornal DC - Diário Carioca