Secretaria diz que contágio por assintomático é baixo, mas existe

Diário Carioca

O coordenador de controle de doenças da Secretaria Estadual da Saúde de São Paulo, Paulo Menezes, disse hoje que assintomáticos, ou seja, pessoas contaminadas pelo coronavírus, mas que não apresentam sintomas, podem transmitir o vírus. De acordo com ele, a transmissão é pequena, mas existe. 

“A probabilidade de alguém sem sintomas transmitir o vírus é baixa. Talvez muito baixa”, disse Menezes, ressaltando, no entanto, que ela existe. “Há, sim, transmissão de vírus por assintomáticos. O que não sabemos é qual é a contribuição para a ocorrência de novos casos”, acrescentou.

Ele citou dois casos para exemplificar a transmissão do vírus por pacientes assintomáticos, entre eles, o do primeiro diagnóstico de coronavírus no país, de um homem vindo da Itália. O paciente chegou da Europa e participou de um almoço com a família no domingo, dia 23 de fevereiro, mas só manifestou sintomas da doença dois dias depois, quando procurou atendimento e confirmou o diagnóstico positivo. Apesar disso, pessoas que estiveram no almoço de família foram contaminados com o vírus.

“O primeiro caso que tivemos é de uma pessoa que veio da Europa. Houve um encontro com outras pessoas e, após esse encontro, ele desenvolveu os sintomas. Duas semanas depois, pessoas que tiveram contato com ele, antes de ele estar sintomático, vieram a manifestar sintomas”, disse o coordenador.

Outro exemplo foi o de um casamento em Trancoso, ocorrido no início de um março. Um dos convidados, que tinha ido aos Estados Unidos, estava com o vírus, mas não manifestou sintomas. Dias depois, ele e outros convidados tiveram o diagnóstico positivo para o coronavírus.

Hoje (9), a Organização Mundial da Saúde (OMS) reforçou que pacientes assintomáticos transmitem o vírus.

Segundo Carlos Carvalho, atual coordenador do Centro de Contingência do Coronavírus em São Paulo, a transmissão existe, embora possa ser um pouco menor.

“A recomendação que deveria valer e que fica claro nesses episódios – e outros que eu tive oportunidade de acompanhar como o de famílias que estiveram em churrascos no início de março -, tendo uma pessoa contaminada, vários se contaminam nesses ambientes. A disseminação, talvez, seja um pouco menor”, destacou.

Share This Article
Follow:
Equipe de jornalistas, colaboradores e estagiários do Jornal DC - Diário Carioca