Contra o racismo e o fascismo, milhares ocupam a Avenida Paulista em ato pacífico

Diário Carioca

Contra o fascismo, o racismo, e pela queda do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), manifestantes ocuparam a Avenida Paulista, em São Paulo (SP), na tarde deste domingo (14), na terceira manifestação de rua organizada por torcidas organizadas e pela Frente Povo sem Medo.

A manifestação, que começou às 14h, em frente ao Masp,  reuniu em torno de duas mil pessoas foi pacífica do início ao fim, sem registro de conflitos com a Polícia Militar, e marcado pela união entre torcidas rivais – como a palmeirense e a corintiana – e pela diversidade de organizações, movimentos e atores da sociedade civil unificando suas lutas na defesa da democracia.

O ato contou com a participação de personalidades políticas, como a deputada federal Gleisi Hoffman (PT) e Guilherme Boulos, da Coordenação Nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST).

“Estamos diante de uma calamidade, um dos piores países para se viver. E o povo foi para a rua por direitos, por hospitais de campanha nas periferias, por testes massivos, e para que pare a morte de pessoas negras no Brasil e no mundo”, afirma Simone Nascimento, integrante da coordenação estadual do Movimento Negro Unificado (MNU).

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Para Nascimento, o Governo Federal instrumentalizou a pandemia do coronavírus para aprofundar o projeto de “genocídio secular” da população negra, dos indígenas,  e dos mais pobres. Isto se evidencia, segundo ela, na ausência de políticas de proteção social e combate á fome, e também na precarização do Sistema Único de Saúde (SUS) – que persiste sob efeitos perversos da Emenda Consituicional 95 – o “teto dos gastos” estabelecido por Michel Temer (MDB). 

Estamos diante de uma calamidade, um dos piores países para se viver.

Na opinião da jornalista, não haverá democracia sem que “as vidas negras importem nesse pais”, mas isso passa essencialmente pela derrubada de Jair Bolsonaro, que não tem se solidarizado com as mais de 41 mil mortes acumuladas no país. 

 “A gente tem a pressão pela morte do povo através do atraso do auxilio emergencial, da ausência de testes em massa, e através da policia. Nós não tivemos o fim das operações policiais nas periferias, então o movimento negro aqui tem tanto motivo de ir pra rua quanto o movimento negro dos Estados Unidos. Lá a gente viu o caso do George Floyd, mas aqui em São Paulo, o Juan e o David, na Zona Leste, foram mortos dentro de casa, ou o próprio João Pedro, que foi morto com um tiro nas costas”, afirma a liderança, que viu com bons olhos a união de movimentos sociais em torno da pauta antirrascista nesta tarde. 

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Ela também se mostrou preocupada com a flexibilização do isolamento social em São Paulo, anunciado pelo Governador João Dória,  dentro do plano para reabertura de setores da economia – quando o Estado tinha 91% dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTIs) ocupados. 

“O nosso estado é um estado que das 40 mil mortes do brasil, tem 10 mil mortes, e mesmo assim o governador está flexibilizando, fazendo com que o nosso povo que ja estava em maioria nos trabalhos essenciais e não tem direito ao isolamento social trabalhe ainda mais”, afirma Nascimento.

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Como nos atos anteriores, máscaras e álcool gel foram distribuídas aos manifestantes. A organização também orientou as pessoas a preservarem um distanciamento seguro para evitar aglomerações.

Também na tarde deste domingo, menos de 100 pessoas pediram por intervenção militar em ato pró-governo, realizado no Viaduto do Chá,  na região central da capital paulista. Os manifestantes atacaram o Congresso, as autoridade de saúde e o Supremo Tribunal Federal (STF).

*com a colaboração de Pam Santos

Edição: Rodrigo Chagas


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