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segunda-feira, novembro 25, 2024

SP: Moradores se revoltam com a PM após morte de adolescente e incendeiam ônibus

PolíticaSP: Moradores se revoltam com a PM após morte de adolescente e incendeiam ônibus

Após Guilherme Silva Guedes, de 15 anos, ser encontrado morto, nesta segunda-feira (15), moradores da Vila Clara, na zona sul de São Paulo, saíram às ruas para protestar e ao menos cinco ônibus foram incendiados pela população. A família acusa a Polícia Militar pela morte do adolescente, que teria desaparecido após uma abordagem de policiais no último domingo (14).

Guedes foi visto pela última vez na porta de sua casa. Segundo a família do adolescente, dois homens armados o colocaram em um carro e o levaram. Seu corpo foi encontrado em Diadema, na Grande São Paulo. Ainda de acordo com parentes, em entrevista à Ponte Jornalismo, ao lado do cadáver do adolescente havia um tecido que seria de uma farda de policial militar, onde se lia “SD PM Paulo”.

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Indignados, moradores do bairro saíram às ruas do bairro onde Guedes vivia, Vila Clara e começaram o protesto. Durante a manifestação, a população local ateou fogo em ônibus que estavam na avenida Engenheiro Armando de Arruda Pereira. A Polícia Militar agiu e agentes foram flagrados agredindo pessoas nas ruas. Em um vídeo, um homem troca socos com agentes. Em outro, um jovem é agredido por trás, com chutes, por dois policiais militares de motocicleta.

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Em outras imagens, é possível ver moradores virando caçambas de entulho e as arrastando para o meio da rua. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP), agentes da Força Tática e da Rondas Ostensivas com Apoio de Motocicleta (Rocam) foram enviadas ao bairro.

O presidente do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (Condepe), Dimitri Sales, classificou as imagens de violência como “inadmissíveis”. “Mais uma vez, nos deparamos com violência policial. É intolerável. Essas cenas devem ser investigadas com rigor para efetivamente contribuirmos para mudarmos a cultura de violência que permeia a atuação de alguns maus policiais. A responsabilidade está nas mãos do governador João Doria, do comando da Polícia Militar e de órgãos de controle dessa instituição.”

Os protestos pela morte do adolescente extrapolaram os limites do bairro e manifestações foram registradas também em Diadema, onde a Prefeitura local confirmou que houve confronto entre manifestantes e os agentes da Guarda Civil local. O protesto foi desmobilizado com o uso de bombas de gás.

Em nota, a SSP-SP informou que “o caso envolvendo o adolescente, de 15 anos, foi encaminhado ao Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) para investigações. A Polícia Militar também acompanha a apuração. Se for comprovada participação policial, as medidas cabíveis serão tomadas.”

A SSP informou, também, que uma pessoa foi detida durante os protestos desta noite e ninguém ficou ferido.

Edição: José Eduardo Bernardes


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