A Crise não é só climática! É política também! – por Mônica Benício

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Cavalo visto sobre telhado em área alagada em Canoas (RS) — Foto: GloboNews/Reprodução
Cavalo visto sobre telhado em área alagada em Canoas (RS) — Foto: GloboNews/Reprodução

O fantasma do bolsonarismo e do negacionismo climático ainda nos assombra. A devastação que atinge hoje o Rio Grande do Sul não é uma tragédia natural e sim um desastre climático e humanitário anunciado. E não foi por falta de aviso. É hora de focar na solidariedade, mas também de apontar os responsáveis e dar nome aos bois, na tentativa de evitar futuros desastres.

Foram anos de um governo federal de extrema direita “passando a boiada” nas leis de proteção ambiental, sucateando intencionalmente órgãos de fiscalização e afrouxando legislações que dificultavam crimes ambientais, como desmatamento, grilagem, garimpo ilegal. Não é por acaso que a Câmara dos Deputados aprovou hoje o PL 1266/22 que permite que desertos verdes não sejam mais considerados prejudiciais ao meio ambiente. Eles seguem anunciando tragédias, mesmo diante de tudo que estamos vivendo.

São governos estaduais e municipais que ainda não despertaram para a gravidade da crise climática. Que sequer destinaram recursos para prevenção de enchentes, mesmo com dinheiro público em caixa. Que não se preocupam em adequar e preparar as cidades para resistir aos impactos dos eventos climáticos extremos, que serão cada vez mais frequentes nos próximos anos. Negligência, omissão, descaso. E quem paga um preço alto, muitas vezes com a vida, é a população brasileira.

Este ano, os municípios vão às urnas escolher vereadores e prefeitos. Seu voto tem o poder de eleger líderes realmente comprometidos com políticas públicas ambientais sustentáveis. Até quando vamos fingir que a emergência climática não existe?