A bola vai rolar na Austrália e na Nova Zelândia a partir do dia 20, naquela que a FIFA está chamando de “a Copa das Copas”! As majestosas esquadras nacionais competirão para levar para casa a grande taça. É a paixão nacional, tão humana e de profunda beleza, que animará as torcidas a levantarem suas cores numa profunda ciranda: a mandala da inclusão, a imagem da sociedade alegre, festeira e criativa!
No meio de tantas palavras femininas, soa muito estranho, e até fora de lugar, que o futebol, a essência brasileira, seja palco de tanto machismo, homofobia, racismo, capacitismo, e diversos outros nojentos preconceitos. Por isso que são louváveis iniciativas como a “Respeita as Mina”, do Corinthians, que, aproveitando a crescente visibilidade do futebol feminino, busca combater o assédio e a violência de gênero. Também, as “Gaivotas da Fiel”, torcida organizada LGBT que luta contra a homofobia e as outras diversas formas de violência e exclusão.
Para não ficar só enaltecendo os corintianos, também é válido citar a “Autistas Alviverdes”, torcida palmeirense extremamente inclusiva. Também o Vini Jr., que depois de tanto sofrer com agressões racistas, começou a liderar uma campanha mundial contra o racismo no futebol!
É por isso que prestigiar a Copa Delas é tão importante. Como paixão que é, o futebol tem a capacidade de estimular os melhores (e, lamentavelmente, os piores) sentimentos e atitudes humanas. Se o amor pela bola fez o menino Gui, de 8 anos, com uma doença rara, vencer o coma para visitar seu time do coração (juro que quase virei vascaíno, de tão emocionantes que foram as cenas!), o que será que ele pode fazer por nossa sociedade?
Ou seja, torcendo pelas meninas tornaremos o futebol mais inclusivo e acessível para todos e todas. E, a partir disso, a construção de estruturas sociais mais inclusivas e justas será, cada vez mais, naturalizada.
O futebol é o sorriso da gente! A partir dele continuaremos firmes em nossa permanente viagem rumo à Utopia!