O desaparecimento de armas em quartéis militares, exemplificado pelo recente caso em Barueri, Grande São Paulo, é uma ameaça séria que requer ação imediata e eficaz. Esta questão vai além da mera recuperação das armas extraviadas, demandando uma revisão e fortalecimento dos protocolos de segurança e controle de armas nas unidades militares para prevenir futuros delitos similares.
A segurança das armas de fogo deve ser priorizada, considerando o risco que o desvio delas representa à Segurança Pública. Portanto, é fundamental que as autoridades competentes conduzam investigações rigorosas para esclarecer as circunstâncias do desaparecimento e responsabilizar os envolvidos, inclusive possíveis criminosos infiltrados nas instituições.
Estas investigações devem ser minuciosas, visando não apenas compreender como e por que as armas desapareceram, mas também identificar os autores e punir os responsáveis dentro da instituição militar.
Este episódio destaca a importância fundamental de uma política de segurança integrada, envolvendo diversos atores, incluindo o governo estadual. É evidente que o crime organizado é o provável destinatário de armamento e calibres furtados, e cabe às polícias estaduais combater essa ameaça. Mais do que simplesmente encontrar as armas, é imprescindível identificar os responsáveis e aplicar as penas adequadas.
Portanto, é crucial adotar medidas efetivas para prevenir futuros desaparecimentos de armas em quartéis militares. Isso envolve revisar e fortalecer os protocolos de segurança e controle, implementar sistemas de monitoramento avançados, oferecer treinamentos regulares e periódicos aos responsáveis pelo armazenamento das armas e promover uma fiscalização mais rigorosa.
O desaparecimento de armas em quartéis não pode ser considerado um incidente isolado, mas sim um sintoma de problemas mais amplos, como a infiltração de criminosos em instituições de Estado e a falta de fiscalização adequada. Portanto, as investigações devem se estender além do caso específico, abrangendo uma análise minuciosa de possíveis falhas sistêmicas.
*Raquel Gallinati é Delegada de Polícia, Diretora da Associação dos Delegados de Polícia do Brasil, Mestre em Filosofia e Pós-graduada em Ciências Penais, Direito de Polícia Judiciária e Processo Penal.