Castraram Indiana Jones

Ray Cunha
Indiana Jones

O cineasta George Lucas criou o personagem Henry Jones, Jr., ou Indiana Jones, e seu colega Steven Spielberg o recriou na tela. Trata-se de um professor de arqueologia e aventureiro americano dos anos 1930. Desde o primeiro filme, de 1981, Indiana Jones e Os Caçadores da Arca Perdida, o ator Harrison Ford encarna Indiana, que nas suas viagens em busca de alguma relíquia não se esquecia do chicote, sua arma predileta, chapéu, mochila e jaqueta de couro, além do conhecimento, profundo, de civilizações e línguas antigas, e senso de humor. E um revólver também. Indiana era o nome do cão que Henry tinha quando criança. Na realidade, esse era o nome do cachorro de George Lucas.

Reza a história que em 1977, Spielberg disse a Lucas que queria dirigir um James Bond. Lucas respondeu que tinha algo ainda melhor para Spielberg, e lhe apresentou o arqueólogo.

Depois de Os Caçadores da Arca Perdida vieram Indiana Jones e o Templo da Perdição (1984), Indiana Jones e a Última Cruzada (1989) e Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal (2008), sempre sob a batuta de Steven Spielberg, para quem a franquia deveria ser encerrada com A Última Cruzada. Mas Spielberg, Lucas e Ford acabaram decidindo por mais um filme, Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal, com um Ford já sem a energia dos anos 1930.

Pois bem, a Disney produziu Indiana Jones e a Relíquia do Destino, em cartaz nos cinemas. Com Harrison Ford, sob a direção de James Mangold e roteiro de James Mangold e John-Henry Butterworth. São duas horas e meia de decepção, e de castigo também, se o cinema é um daqueles com temperatura em zero grau e som bate-estaca. Chega uma hora que o roteiro vira um samba do crioulo doido e de repente a ação pula para a Era Clássica. O filme termina com dois velhos, Indiana e a mulher dele, que resolve voltar para casa, se beijando; um beijo mofado.

As personagens de ficção não morrem. Mas o que aconteceu com Indiana é que tiraram dele seu espírito aventureiro por causa da sua idade avançada. Ele foi castrado. Foi transformado em um cidadão comum. Mataram o herói.

É aí que entra a Disney. A empresa americana determinou que sexo é cultural. Machos são transformados em bamby e mulheres tem casos cabeludos com outras mulheres; personagens brancas são agora negras; comunistas são santos; e na Amazônia há girafas, zebras e leões. Não demora e surgirá um Tarzan se beijando com bonobos.

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Por Ray Cunha
Escritor, jornalista e terapeuta em Medicina Tradicional Chinesa.