Metaverso: O Valor do Propósito no Posicionamento de Empresas e Marcas

Diário Carioca

Empresas e marcas tradicionais estão na corrida para fazer parte do Metaverso e não querem ficar para trás, mas, muitas estão realizando ações sem pensar no posicionamento estratégico para esses novos tipos de interação do futuro.

Visitei o Decentraland com o meu avatar e tive a oportunidade de conhecer o escritório do Banco Onix, do JPMorgan, tão comentado essa semana. O Decentraland é uma das plataformas populares de metaverso, criada em blockchain e que foi desenvolvida em 2015 pelos argentinos Ari Meilich e Esteban Ordano, e vem conquistando cada vez mais usuários e batendo recordes de preço e valorização. Funciona basicamente como uma cidade virtual 3D, com terrenos, ruas, escritórios, comércios e pessoas. Neste mundo virtual os usuários se tornam avatares que podem ser customizados de diferentes formas.

É um bom começo e é interessante ver a referência de empresas tradicionais entrando nesse universo de possibilidades, mas, é importante estudar e, para se adequar, é preciso criar uma estratégia a longo prazo.

Além dos jogos 3D é imprescindível considerar as experiências mais imersivas. Com o preço do óculos de realidade virtual ficando cada vez mais acessível, e seu valor próximo a um celular de última geração (U$300), a adoção tem sido crescente. Há seis anos, o preço era de aproximadamente U$1400, e contemplava um hardware acompanhado de um computador, com uma configuração exigida específica, muitos fios e sensores. A qualidade de imagem não era tão boa e apenas três amigos da minha rede tinham algo semelhante. Hoje já conto com mais de 300 amigos conectados e a cada dia que passa me impressiono com a quantidade de pessoas aderindo aos diversos aplicativos que utilizo. 

A qualidade de imagem está tão avançada que o cérebro sente dificuldade em distinguir a experiência real da virtual. Experiências imersivas impactam indivíduos de uma maneira diferente. É uma conexão emocional profunda. O cérebro jovem está mais preparado e habituado do que o cérebro de um adulto aos estímulos intensos. A maioria dos adultos que conheço relata sentir náusea ou tontura nos primeiros minutos com os óculos de realidade virtual. É um mundo novo de interações.

Para este novo mundo será preciso repensar as marcas. Histórias bem contadas e propagandas vão atrair mais atenção quando estiverem associadas a iniciativas leves e divertidas, ligadas à arte, música, cultura e em conformidade com regras ambientais, responsabilidade social, propósito, inclusão, diversidade, igualdade de gênero (ou práticas ESG) e questões que as gerações mais jovens se preocupam para tomarem suas decisões de compra e investimentos.

Para ilustrar um setor econômico que será tremendamente impactado no futuro, a indústria da moda, por exemplo, segue responsável por 20% da poluição da água do mundo. Uma loja com responsabilidade social e uma proposta sustentável para a interação imersiva dos consumidores em toda a cadeia produtiva, com rastreabilidade comprovada – hoje possível com a tecnologia blockchain, vai sair na frente.

Virtualmente será possível comprovar o impacto real da marca. A transparência escancarada da sustentabilidade do produto ou serviço ofertado e seu impacto farão a diferença na decisão de compra ou investimento num e-commerce virtual. No posicionamento de empresas e marcas na nova economia digital, a preocupação socioambiental será um caminho sem volta e, definitivamente, valorizado.

Animada para ver mais empresas “entrando” no Metaverso com o pé direito e transformando o propósito de suas marcas!

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Equipe de jornalistas, colaboradores e estagiários do Jornal DC - Diário Carioca