Vem mais um feriado por aí?

Parece até que a guerra na Ucrânia acabou, mas no mundo das notícias só existe aquilo que acabou de acontecer. Haja disposição para acompanhar os fatos: cansados de serem especialistas em conflitos na Terra Santa, agora o que não falta é especialista em Halloween. Os mais íntimos chamam de “Dia das Bruxas” e são confrontados por patriotas, que nesse caso costumam ser de esquerda, sobre a necessidade de festejar o folclore nacional. Eis então o “Dia do Saci”, comemorado informalmente no mesmo dia da festa americana, 31 de outubro, mas que acaba mais sumido que a cabeça da Mula Sem Cabeça. Enfim, com 365 dias no ano, é necessário comemorar o folclore exatamente no Halloween? 

Certamente, a situação mudaria se fosse um feriado. Entretanto, caso um nobre parlamentar decida tocar em frente a ideia, vai ter que entrar na fila: no último dia 30, deputados do PT, PSOL, MDB, PP e União Brasil pediram que a Câmara vote em regime urgência um projeto para instituir o Dia da Consciência Negra. O novo feriado nacional seria comemorado no dia 20 de novembro, data da morte de Zumbi dos Palmares. 

Pelas raízes do Brasil, trata-se de um motivo justo e já comemorado em alguns estados, mas outro feriado nacional em um mês que já tem o Dia de Finados (02/11) e a Proclamação da República (15/11)? 

Foi o suficiente para que os especialistas da internet começassem a dar novas soluções para o país, sempre usando os seus políticos preferidos como exemplo. Porém, que atire a primeira pedra quem não está sempre de olho no próximo final de semana. Independente se a coisa é de esquerda ou direita, havendo de fato o novo feriado nacional, fica a sugestão caridosa para unir toda a população: a data tem que ser em agosto, o mês mais longo do ano.

“Pior do que está, não fica”

A semana começou com um erro em postagem do perfil PT Brasil no X, antigo Twitter. Em função do Dia do Livro, a mensagem tinha a foto de Lula e a frase, “Um Brasil que distrubui livros em vez de armas”. Para os que zombaram da falha na digitação, o karma foi rápido: ainda no domingo (29), Jair Bolsonaro (PL) afirmou ter perdido 81 mil seguidores após apagar acidentalmente seu novo canal no WhatsApp. Nas palavras do ex-presidente, “Não sei mexer direito em novas ferramentas de internet”.

Pois é, nem sempre parecem, mas são notícias verdadeiras, assim como a do deputado federal Tiririca (PL). No caso, ele apareceu no horário eleitoral das últimas eleições usando terno e peruca de cabelo liso, ao som de uma paródia da música O Portão. Ao final da gravação, jogava flores para o público. Naturalmente, foi processado pelo cantor Roberto Carlos que acabou… perdendo a causa! 

Nesse país onde só não existe o “Dia da Zoeira”, até coisa séria parece piada.