93,2% dos pais e responsáveis acreditam que o desenvolvimento infantil no Distrito Federal (DF) está adequado à idade da criança. Os dados são da pesquisa “Desenvolvimento Infantil e Parentalidades no Distrito Federal”, divulgada pelo Instituto de Pesquisa e Estatística do Distrito Federal (IPE/DF).
Os cuidadores ainda apontaram que “dar muito carinho e estímulo por meio de conversas, cantos e leituras” são as principais ações adotadas para estimular o desenvolvimento da criança.
Entretanto, quando comparada a visão dos cuidadores com os resultados da escala QAD – Pipas, a taxa de desenvolvimento cai, informa a coordenadora de Estudos de Avaliação de Políticas Sociais do IPE/DF, Francisca Lucena. “A análise de desenvolvimento infantil aplicada no estudo identificou 85.8% de desenvolvimento adequado, um percentual inferior ao capturado pela percepção dos cuidadores”, explica.
De acordo com a pesquisa, entre as crianças de zero a três anos, 59,1% frequentam berçário, creche ou escola pública. O percentual aumenta para 74,8% entre crianças de quatro a seis anos. “Entre as crianças que não frequentam, 30,8% dos cuidadores alegaram que o motivo para não frequentar a escola é a falta de vaga em unidade escolar pública”, completa Lucena.
Danielly Botosso, estudante, é mãe de um menino de três anos. Ela afirma que por ele ter nascido em 2020, durante a pandemia do coronavírus, não falava tanto quanto outras crianças. “Esse foi um ponto primordial para ele permanecer na creche, justamente a sociabilização com outras crianças. E ele gosta bastante, inclusive nesse período de férias, às vezes, ele coloca a blusa do uniforme e pede para ir para creche, para conversar com a titia e com os amigos.”
Além disso, Danielly aponta que voltar para a graduação e trabalhar foram fatores fundamentais para a escolha de matricular o filho em uma creche.
Segundo a pesquisa, os níveis de escolaridade entre os pais ficaram divididos: 35,2% das mães e 31,1% dos pais possuem ensino médio completo; e 21,5% das mães e 19,1% dos pais possuem ensino superior completo. Em relação ao desemprego, as mães foram as mais afetadas (54,9%) quando comparadas aos pais (14,4%).
Na faixa etária de zero a seis anos, a maioria das crianças (96,3%) mora com suas mães na mesma casa, enquanto 69,1% vivem com o pai. A figura materna é a principal cuidadora em 71,6% das casas, enquanto o pai é responsável pela renda familiar em 41,5% dos lares analisados.