Apenas um em cada sete casos de coronavírus é detectado na África

Diário Carioca

Nairóbi, 14 out (EFE) .- Apenas um em cada sete casos de coronavírus (14,2% do total) é detectado na África, devido ao baixo número de testes realizados no continente em comparação com o resto do mundo, alertou hoje a Organização Mundial da Saúde (OMS).

De acordo com um sistema usado pela OMS para calcular o "subdesevoto" dos casos na região, a África tem cerca de 59 milhões de infecções, em comparação com cerca de 8,5 milhões oficialmente registrados até agora.

"Com testes limitados, continuamos a nos mover cegamente em muitas comunidades na África", disse o diretor regional da OMS para a África, Matshidiso Moeti, em uma coletiva de imprensa virtual.

"A maioria dos testes são feitos em pessoas com sintomas, mas grande parte da transmissão é através de pessoas assintomáticas, então o que vemos pode ser apenas a ponta do iceberg", disse Moeti.

Desde o início da epidemia, cerca de 70 milhões de testes foram realizados no continente africano para detectar o covid-19, em comparação com uma população total de cerca de 1,3 bilhão de pessoas, segundo a OMS.

Em contrapartida, nos Estados Unidos, por exemplo, cuja população é responsável por nem mesmo um terço do total africano, mais de 550 milhões de testes foram aplicados e no Reino Unido, com menos de 10% da população africana, mais de 280 milhões de testes foram feitos.

Parando esse cenário, a OMS anunciou hoje o lançamento de um novo programa para aumentar o uso de testes rápidos de antígeno em sete países do continente, incluindo Costa do Marfim, Burundi, República Democrática do Congo e Senegal.

Hoje, pelo menos 20 das 54 nações soberanas do continente africano – o que representa mais de um terço do total – não chegam a 10 testes semanais por 10.000 habitantes.

Dado que a população africana com o calendário de vacinação completo ainda não excede 4% do total, melhorar a capacidade de teste do continente é urgente diante de um aumento previsível de casos até o final do ano, segundo a OMS.

De acordo com os últimos dados dos Centros Africanos de Controle e Prevenção de Doenças (Africa CDC, uma agência da União Africana), o continente registrou até agora cerca de 8,5 milhões de casos, dos quais mais de 200.000 levaram à morte e cerca de 7,7 milhões de pacientes se recuperaram.

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