Bolsa Família amplia cardápio e horizontes de Amanda e dos oito filhos em Garibaldi (RS)

Diário Carioca
Amanda, o marido e quatro dos oito filhos em Garibaldi, no Rio Grande do Sul: motivos para sorrir. Fotos: Anderson Tenório/ MDS

“Significou muito. Melhorou bastante. Já dá para o gás. Ajuda a pagar a água, a luz. Dá para comprar carne e mais coisas, como galinha e salsichão. O armário e a geladeira, hoje, não ficam mais vazios”

Amanda de Souza, beneficiária do Bolsa Família em Garibaldi (RS)
 

A dieta na casa de Amanda de Souza e de seus oito filhos mudou bastante nos últimos meses. Carne, frango e salsichão passaram a integrar com frequência um cardápio que durante um bom tempo era dominado por frutas, arroz, feijão, macarrão e polenta. As contas de água e luz da casa no bairro Bela Vista II, em Garibaldi (RS), estão em dia, assim como uma fatura que andava “pendurada” no mercadinho da vizinhança. A camisa para os meninos desfilarem no 7 de setembro da escola está comprada e o tênis novo de um dos garotos acaba de sair da caixa.
 

O novo horizonte está diretamente conectado a mudanças no programa de transferência de renda do Governo Federal. Desde que foi retomado, em março, o Bolsa Família passou a levar em consideração a composição familiar dos beneficiários. Cada criança de zero a seis anos recebe um adicional de R$ 150, além do mínimo de R$ 600 a que toda família tem direito. No caso de Amanda, Nahome (quatro anos), Yuiny (seis) e Adaysane (cinco) se enquadram nessa categoria.
 

Agora em junho, o Bolsa Família atingiu sua integralidade. Passou a prever também um adicional de R$ 50 a crianças e adolescentes de 7 a 18 anos e para gestantes. A medida alcançou João Vitor (11), Juan Paulo (12), Wesley (14) e Taylon (nove) na família de Amanda. O benefício mensal a que ela tem direito saltou de R$ 600 no início do ano para R$ 1.300 agora.
 

“Significou muito. Melhorou bastante. Já dá para o gás. Ajuda a pagar a água, a luz. Dá para comprar carne e mais coisas, como galinha e salsichão”, afirma Amanda, que atua de forma temporária num emprego descarregando aves para uma empresa de proteína animal que atua em municípios próximos a Garibaldi, como Campestre da Serra, Ipê e Lageado Grande. “O armário e a geladeira, hoje, não ficam mais vazios”, celebra.

Bolsa Família
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Em Garibaldi, 336 famílias recebem o Bolsa Família. O valor médio recebido por família é de R$ 727, a partir de um investimento do Governo Federal de R$ 244 mil. Em todo o Rio Grande do Sul, são 608 mil famílias e um repasse federal de R$ 430 mil.
 

LEOA – O marido de Amanda aguarda uma cirurgia para voltar a buscar emprego, porque teve um acidente de trabalho como pedreiro que lesionou seu joelho. Todos os meninos estão matriculados na escola e com a caderneta de vacinação em dia, medidas que voltaram a ser requisitos cobrados na retomada do programa.

Amanda não titubeia. Tem convicção de que é uma super mãe, do tipo que pensa em cada detalhe da rotina dos meninos e meninas. E sonha que eles cresçam com foco nos estudos e com orgulho de ser quem são.
 

“Eu tenho orgulho de eles de serem do jeito que são: humildes, simples. Eu me acho uma super mãe, porque não é fácil com oito crianças. Mas eu fico com eles. Eu amo meus filhos. Eu dou a vida por eles. Sou uma leoa por eles. Luto por eles. Grito por eles. Vou longe por eles”, lista, emocionada.

Bolsa Família
Bolsa Família

RECORDE – O novo Bolsa Família atinge em junho dois patamares inéditos: pela primeira vez o valor médio do benefício supera a casa dos R$ 700 e chega a R$ 705,40. Os repasses do Governo Federal também são os maiores já realizados: quase R$ 15 bilhões. Os pagamentos tiveram início nesta segunda, 19/6, para beneficiários com final 1 no Número de Identificação Social (NIS), e seguem até o dia 30.
 

O total de famílias manteve-se no patamar de maio: 21,2 milhões. O número de pessoas contempladas supera 54 milhões. O aumento no valor médio (que em maio foi de R$ 672,45, até então o recorde) e no total de repasses (no mês passado, R$ 14,1 bilhões) se deve à estreia de uma nova categoria do programa.
 

O Benefício Variável Familiar assegura um adicional de R$ 50 a dependentes de sete a 18 anos e a gestantes integrantes da composição familiar. Em junho, são 15,7 milhões de contemplados, a partir de um repasse de R$ 766 milhões. Nesse universo estão 943 mil gestantes (R$ 46 milhões) e 14,8 milhões crianças e adolescentes (R$ 720 milhões). Esses acréscimos garantem que 9,8 milhões de famílias beneficiárias do programa recebam mais recursos neste mês do que em maio.

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Equipe de jornalistas, colaboradores e estagiários do Jornal DC - Diário Carioca