A Comunidade Econômica da África Ocidental ,CEDEAO, formada por 18 países, preparou um plano de intervenção militar no Níger, caso o exército do país não restabeleça o governo deposto no golpe da semana passada. O prazo que o bloco tinha dado aos militares golpistas termina no domingo.
Os chefes da CEDEAO se reuniram hoje em Abuja, capital da Nigéria. Dos 18 membros, apenas três são contrários a intervenção. Mali, Burkina Faso e Guiné. Todos atualmente governados por juntas militares após golpes semelhantes.
Os detalhes do plano não foram divulgados, mas incluiriam como e quando mobilizar as forças. A decisão final será tomada pelos chefes dos estados membros. O comissário do bloco para assuntos políticos, paz e s egurança, Abdel-Fatau Musah disse que a CEDEAO quer fazer do Níger um exemplo. A região foi palco de cinco golpes nos últimos três anos.
O presidente deposto, Mohamad Bazoum, publicou um artigo na edição de hoje do jornal Washington Post. Ele disse que é um refém dos militares e apelou aos Estados Unidos e aliados por ajuda.
Uma missão de mediação da CEDEAO que esteve na capital do Níger, Niamei, nessa quinta, deixou o país horas depois sem avanços.
Hoje os militares golpistas revogaram cinco acordos de cooperação e segurança mantidos com a França. O Níger foi colônia da França até 1958. E Paris mantém cerca de 1.500 soldados no país. O contingente ajuda a combater os grupos radicais que atuam na região, como o Estado Islâmico.
A população já sofre com uma alta no preço dos alimentos, em decorrência das sanções impostas por países vizinhos. A saca de arroz, por exemplo, está 30% mais cara.