A Defesa Civil Nacional realizou, nesta segunda-feira (4), uma coletiva de imprensa sobre as fortes chuvas que atingem o estado de Alagoas desde a última sexta-feira (1º). Estavam presentes os ministros do Desenvolvimento Regional, Daniel Ferreira, e da Cidadania, Ronaldo Bento.
Daniel Ferreira iniciou a coletiva alertando que ainda há previsão de chuva para a região nas próximas horas e, consequentemente, risco de deslizamentos e transbordamentos. Portanto, a orientação para os moradores é manter as medidas de autoproteção e prestar atenção nos alertas e comunicados enviados pela Defesa Civil Nacional.
No último sábado (2), a Defesa Civil Nacional mobilizou e enviou para Alagoas uma equipe do Grupo de Apoio a Desastres (Gade) para ajudar os municípios mais atingidos pelas chuvas. Os profissionais estão ajudando no preenchimento de formulários para a solicitação de liberação de recursos.
Ferreira destacou, também, que as Forças Armadas e a Polícia Rodoviária Federal (PRF) já foram acionadas para ajudar no resgate de vítimas, assim como equipes do Ministério da Saúde. Além disso, serão instaladas três salas de operação nas cidades de Maceió, Viçosa e União dos Palmares para ajudar nas ações de resposta ao desastre. As salas vão permanecer ativas até que a situação seja normalizada, com reuniões diárias dos órgãos que compõem o Sistema Nacional de Proteção e Defesa Civil (Sinpdec).
Recursos e reconhecimentos Neste ano, já foram liberados R$ 20,4 milhões para ações de resposta a desastres naturais em Alagoas. Em âmbito nacional, a liberação de recursos chegou a R$ 170 milhões para apoiar municípios atingidos por chuvas intensas.
Nesta segunda, também foi reconhecida a situação de emergência em 15 municípios alagoanos: Atalaia, Branquinha, Cacimbinhas, Cajueiro, Capela, Limoeiro de Anadia, Murici, Pão de Açúcar, Paulo Jacinto, Santana do Mundaú, São José da Laje, Satuba, Taquarana, União dos Palmares e Viçosa. A portaria com os reconhecimentos federais foi publicada em edição extra do Diário Oficial da União (DOU).
Com isso, as cidades poderão solicitar recursos federais para ações de socorro e assistência humanitária. O valor a ser liberado depende da necessidade de cada município, de acordo com plano de ação a ser apresentado ao Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR).
A liberação de recursos federais ocorre em três etapas: no primeiro momento, são liberados recursos para as ações de assistência humanitária, dando prioridade à compra de kits de higiene e limpeza, colchões, cestas básicas, entre outros itens.
Na segunda etapa, é elaborado um plano de trabalho para o restabelecimento de serviços essenciais, com limpeza urbana, religação de energia e abastecimento de água. A terceira etapa é quando o município solicita, até 90 dias depois do término das ocorrências, recursos para reconstrução de áreas e moradias comprovadamente destruídas pelo desastre.
Ações emergenciais Uma equipe técnica do Ministério da Cidadania, responsável pela coordenação do Sistema Único de Assistência Social, também foi enviada ao estado para ajudar na gestão de alojamentos provisórios para as famílias desabrigadas e na compra de insumos básicos.
Durante a coletiva, o ministro da Cidadania, Ronaldo Bento, anunciou a antecipação do pagamento do Benefício de Prestação Continuada (BPC) a 112 mil famílias alagoanas. Além disso, idosos e pessoas com deficiência ainda poderão antecipar mais uma parcela integral do benefício.
As cidades alagoanas que registraram ocorrências são Atalaia, Branquinha, Cacimbinha, Cajueiro, Capela, Colônia Leopoldina, Jacuípe, Jundiá, Limoeiro de Anadia, Maceió, Major Isidoro, Maragogi, Marechal Deodoro, Murici, Paulo Jacinto, Pilar, Quebrangulo, Rio Largo, Santana do Mundaú, São José da Lage, Satuba, Taquarana, União dos Palmares e Viçosa.
Atualmente, a população brasileira recebe alertas de desastres via Telegram, TV por assinatura, Google e, também, por SMS. Para isso, basta enviar o CEP da região onde mora para o número 40199 e começar a receber os avisos.
Recomendações O coordenador-geral de Gerenciamento de Desastres do Centro Nacional de Riscos e Desastres (Cenad) da Defesa Civil Nacional, Tiago Molina Schnorr, destaca as medidas de prevenção que devem ser tomadas pela população das regiões castigadas pelas fortes chuvas para minimizar os danos.
“São recomendadas diversas ações para proteger a população. A primeira é ficar bastante atento para as informações publicadas pelos órgãos oficiais, principalmente os locais. Além disso, é preciso ter cuidado com as notícias não oficiais, que nem sempre estão corretas e podem trazer risco adicional”, destaca Schnorr.
O coordenador-geral do Cenad também explicou o que deve ser feito nos locais com risco de deslizamento. “É importante que a população fique atenta a qualquer sinal de movimentação do terreno, rachaduras, árvores e postes inclinados. Se houver risco iminente, a residência deve ser desocupada imediatamente”, alertou Tiago Schnorr. “Também é importante a atenção a qualquer sinal de elevação de rios, alagamentos e enxurradas nas ruas e à subida das águas, para não serem pegos desprevenidos. Além disso, deve-se desligar aparelhos de energia da tomada, a chave-geral, encanamento de gás e de água”, acrescenta.