Implementar o Sistema Nacional de Informações sobre Irrigação (SisNIR). Esse é o objetivo do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR), por meio do Departamento de Irrigação da Secretaria Nacional de Segurança Hídrica (SNSH). Para avançar na discussão, foi realizado, nesta terça-feira (19), o I Workshop “Sistema Nacional de Informações sobre Irrigação: política pública fundamentada em dados”. A principal inovação desse módulo do SisNIR está na geração de indicadores de sustentabilidade dos Projetos Públicos de Irrigação, possibilitando ao MIDR planejar ações estruturantes para a emancipação dos perímetros. O emprego de indicadores mudará a maneira de enxergar os Projetos Públicos pelo Governo Federal, facilitando a intervenção de políticas públicas, mesmo que pontuais, e apoiando os produtores irrigantes a partir da identificação dos problemas e do apontamento de soluções efetivas. Além do MIDR, participaram do evento representantes da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco do Parnaíba (Codevasf), do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS) e da Universidade Federal de Lavras, parceira do MIDR na consolidação do sistema. A diretora de Irrigação do MIDR, Larissa Rego, adiantou os próximos módulos a serem discutidos. “Durante esse I Workshop, pudemos integrar as áreas técnicas do Governo Federal para avaliar e aprimorar o módulo do SisNIR voltado aos Projetos Públicos de Irrigação. Os próximos módulos serão dos Polos de Irrigação e um módulo voltado a informações de apoio à produção, como energia elétrica, solos, disponibilidade de água, entre outros”, detalhou Larissa. “Como passo seguinte, o MIDR iniciará os treinamentos para lançar os primeiros dados dos projetos. Será uma fase de teste e com projetos pilotos selecionados. Estamos trabalhando nessa emancipação dos projetos públicos”, completou. A implementação do sistema vem ao encontro do atendimento a um dos instrumentos da Política Nacional de Irrigação (Lei 12.787/2013) e do Acórdão do Tribunal de Contas da União nº1.345/2022. Resultados Para Valéria Rosa Lopes, analista de desenvolvimento regional da Codevasf, o workshop contribuiu para dar maior visibilidade à pauta da irrigação. “Esse evento é justamente para mostrar a importância da irrigação para o desenvolvimento regional, seus benefícios e impactos dos projetos. Também é uma forma de consolidarmos todas as informações sobre a irrigação pública disponíveis nos nossos bancos. Já o sistema será um retrato da irrigação, a partir dele, poderemos pensar em melhorias ou até mesmo a emancipação desses projetos, que é quando eles passam a ser independentes do poder público e se tornam sustentáveis”, explicou. O diretor do DNOCS, Alfredo Albuquerque, compartilhou a ideia e fez observações acerca das peculiaridades da irrigação no País. “Esse workshop é muito importante porque é uma oportunidade para reunir todas as informações sobre áreas irrigáveis. Ainda temos muita área, porém não é fácil fazer irrigação. A prioridade da água ainda é consumo humano e dessedentação animal, então, pega-se o que sobra para irrigar. Também temos que procurar alternativas para a exploração de cultura. Por exemplo, substituir a bananeira por uma cultura que gaste menos água, como a palma forrageira ou a capineira.”, disse. “Com os resultados do workshop, pudemos entender melhor os processos, reavaliar as tecnologias que já foram desenvolvidas e estão em fase de homologação e validação e traçar os próximos passos. Apresentamos para as equipes do Ministério e dos órgãos vinculados como essa tecnologia vai contribuir para que eles tomem decisões mais assertivas em relação às ações”, destacou Neumar Malheiros, professor na Universidade Federal de Lavras.