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domingo, novembro 24, 2024

Estudo mostra áreas de vulnerabilidade na bacia do São Francisco

BrasilEstudo mostra áreas de vulnerabilidade na bacia do São Francisco

Um estudo feito por pesquisadores brasileiros mostrou que 53% da bacia do Rio São Francisco apresenta vulnerabilidade alta e muito alta e que a área com fragilidades socioambientais totaliza 337.569 quilômetros quadrados (km2). No Parnaíba, a proporção foi de 37% (121.990 km2). No estudo, foi usada uma combinação de indicadores.

Quando analisada a capacidade adaptativa, notou-se que 549.830 km2 da área, o que corresponde a 57%, estão no patamar baixo e muito baixo. A bacia do São Francisco apresentou área de exposição alta e muita alta maior do que a do Parnaíba (62,8% e 30,7%). A área de sensibilidade também é maior.

Segundo o Índice de Vulnerabilidade Socioambiental (Sevi), que pretende expor diferentes níveis de vulnerabilidades socioambientais de acordo com as características da região, a principal limitação para reduzir as fragilidades socioambientais na região do Parnaíba é a capacidade adaptativa, com os problemas de infraestrutura, de renda e de condições para o desenvolvimento humano. Na região do São Francisco, tais fragilidades estão ligadas à densidade populacional, à degradação do solo, ao uso da terra e a indicadores de clima, como temperatura e precipitação.

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De acordo com uma das autoras do trabalho, Rita Marcia da Silva Pinto Vieira, que estava no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) quando desenvolveu o estudo, a área analisada foi de 962 mil km2 , onde vivem 20 milhões de pessoas, predominantemente em zona urbana. Destes, 16 milhões vivem na bacia do São Francisco e 4 milhões na do Parnaíba.

A bióloga explicou que o Sevi resultou de uma combinação de indicadores relacionados à adaptação (desenvolvimento humano, infraestrutura e renda), à sensibilidade (número de dias sem chuva, uso e cobertura da terra, temperatura e tipo de solo) e à exposição (densidade populacional, degradação e desertificação do solo). Os resultados foram classificados em muito alto, alto, moderado, baixo e muito baixo.

Rita Marcia destacou que as mudanças climáticas devem piorar o cenário nas próximas décadas com a vazão dos dois rios diminuindo em 46% e 26%, devido ao aquecimento global, e que as populações em situação de pobreza dessas áreas serão atingidas com mais frequência por eventos climáticos extremos.

“A pesquisa é importante porque, sabendo quais são os locais mais vulneráveis, é possível analisar as políticas públicas necessárias para aquela área. Esta é a grande contribuição do estudo. Com os resultados, temos um mapa de vulnerabilidade socioambiental e, com isso, pode-se fazer várias coisas, porque os dados podem servir para tomada de decisões rápidas”, disse a pesquisadora.

As conclusões estão em artigo publicado na revista Sustainability por cientistas do Inpe e do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden). O estudo foi desenvolvido com apoio do Fundo de Apoio à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e do projeto Forests 2020, que é parte do International Academic Partnership Program (IAPP), da Agência Espacial do Reino Unido, e reúne especialistas em monitoramento florestal de vários países.

Também participou do trabalho o pesquisador sênior da Divisão de Impactos, Adaptação e Vulnerabilidades da Coordenação Geral de Ciências da Terra do Inpe Jean Pierre Ometto.

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