Luíza Boê une sutileza e peso em álbum de estreia

Diário Carioca

Com o frescor de uma estreante e a serenidade de uma compositora mais madura, Luíza Boê abre o coração em sua estreia musical. Em dez canções autorais, a mineira-capixaba radicada no Rio transita pela MPB de diversas eras e pelo indie, unindo densidade e leveza, trazendo a sensação de verdades que estavam guardadas há muito tempo. O álbum homônimo foi produzido por Hugo Noguchi (Ventre, SLVDR) e conta com participações especiais de Posada e Gabriel Ventura (Ventre). “Luíza Boê” está disponível nas plataformas de música digital.

“Esse disco, em sua pluralidade de junções cósmicas, é o reflexo de um grande resgate de mim mesma, da minha essência – é o que me compõe e me faz compor. Cada música, tão singular, como tudo que é feito pelas mãos de um artesão, recebeu um olhar diferente, um cuidado, uma ontologia que refletisse sua intenção de existência”, conta Luíza.

A cantora se coloca inteiramente nas faixas, desde o primeiro verso da primeira música. “Luíza Boê”, ouvido na íntegra, é um passeio sonoro por um dia completo. Ele começa numa manhã solar, ganha gradativamente tons noturnos e mais densos, até raiar a alvorada.

Essa sensação é fruto da diversidade de músicos convidados por Luíza para o álbum. Além da banda base formada por Miguel Travassos na bateria, André Parada no baixo e Haroldo Eiras na guitarra, que acompanham Luíza em sua trajetória musical desde outubro de 2016, “Luíza Boê” ainda conta com baixos do produtor Hugo Noguchi e de Thomaz Amadeo, com guitarras de ZéBidart, violão 7 cordas de Caetano Tropiano, bandolim de Gian Gomes, pandeiro de Jota Gomes, piano de Marina Dalla e violino de William Doyle, além dos já citados Gabriel Ventura e Posada. Tudo isso junto acaba tornando o disco um registro plural de diversas influências.

“Tocam, no disco, por exemplo, três baixistas e três guitarristas com estilos muito diferentes entre si e, para cada música, como numa alquimia, eu e Hugo íamos combinando o melhor de cada um para chegar à sonoridade que a música pedia. Fazíamos um convite para um espaço de criação, já intuindo que os músicos tinham a ver com a intenção da música. E na mix, o  Hugo brincou bastante com arranjos de pans, modulação, camadas de voz”, explica Luíza.

Para ela, cantar e compor se complementam e a fazem inteira, por isso, seu caminho na música é, antes de tudo, um caminho para dentro de si – é onde sua essência criativa se expressa com habilidade e espontaneidade. A capa do álbum, feita pela artista Julia Paternostro, com foto de Arthur Dalla, reflete em imagens o universo de Luíza, ao trazer diversas referências à própria história da compositora.

“As montanhas de Minas e os colibris capixabas encenam as duas terras de que sou feita, os dois lugares em que cresci. Tenho terra e mar em mim e isso é a minha história. A lua é uma madrepérola, representando o feminino e a cura inerente ao processo de composição. A flor de café, dentro do disco, é um elemento da minha infância no cafezal do meu pai”, conta ela.

“Luíza Boê” já está disponível nas principais plataformas de música digital via Milk Digital, e o show de lançamento acontece dia 28 de março, na Audio Rebel, no Rio de Janeiro.

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