Intimado pelo presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, a se explicar sobre operações que afetaram o transporte público de eleitores neste domingo, 30, o diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, assumiu o posto em abril de 2021, quando o presidente Jair Bolsonaro deu posse ao Anderson Torres no Ministério da Justiça.
Apoio a Bolsonaro
Em sua conta pessoal no Instagram, Vasques possui fotos ao lado de Bolsonaro em eventos do governo com a presença da PRF. Nas legendas, há, normalmente, agradecimentos ao governo e ao presidente pelos investimentos na PRF.
Vasques usou a conta para defender o voto no presidente Jair Bolsonaro. Ele publicou nos stories uma foto da bandeira do Brasil e escreveu: “Vote 22, Bolsonaro presidente”. A postagem foi apagada horas depois. Não é a primeira manifestação política do diretor-geral da PRF nesta eleição. Vasques já havia criticado, em evento no último dia 11, “autoridades que defendem a liberação das drogas”.
Vasques, que tem 47 anos e é paranaense, faz parte do quadro da PRF desde 1995. Nesse período, já foi coordenador-geral de operações e secretário municipal de segurança e defesa social do município de São José (SC), além de ocupar outras posições de gerência, inclusive como superintendente da PRF em Santa Catarina. Antes de se tornar diretor, seu último posto foi como Superintendente da PRF no Rio de Janeiro, entre 2019 e 2021.
Segundo a sua descrição no site do governo, o diretor é “habilitado para atuar em diversas áreas da segurança, com experiência em grandes operações policiais no Brasil”. Ele ainda faz parte do quadro de instrutores da UNIPRF.
Em março deste ano, Vasques foi condecorado com a medalha de Ordem do Mérito do Ministério da Justiça, evento que contou com a presença do Presidente da República. Segundo o governo, o objetivo da condecoração é agraciar autoridades que prestam notáveis serviços ao Ministério.
Caso Genivaldo
Depois, em maio deste ano, as Comissões de Direitos Humanos da PRF foram extintas, em portaria assinada por Vasques. As comissões tinham o objetivo de monitorar processos disciplinares contra agentes da corporação e realizar orientações sobre o tema
A decisão foi tomada um pouco antes de Genivaldo de Jesus Santos ser morto por asfixia e insuficiência respiratória após ser colocado no porta-malas de uma viatura da PRF, onde uma bomba de gás lacrimogêneo foi detonada.
O diretor-geral da PRF também recebeu apelos da sociedade civil para que revertesse o sigilo de 100 anos aplicado sobre o histórico de processos administrativos dos cinco agentes envolvidos na morte de Genivaldo.
Na época, dois diretores da PRF, Jean Coelho e Allan da Mota Rebello, que chefiavam as diretorias executiva e de inteligência, foram dispensados e assumiram cargos de oficiais de ligação, além de serem enviados aos Estados Unidos para fazer um curso de mestrado no Colégio Interamericano de Defesa. Vasques, no entanto, permaneceu em seu cargo.