“Quem preserva a floresta precisa ser remunerado”, diz presidente do Banco da Amazônia

Diário Carioca
Luiz Lessa

O presidente do Banco da Amazônia (Basa), Luiz Lessa, disse nesta quarta-feira (30/8) que já está avançando a criação de um fundo para pagar todos os produtores, principalmente os pequenos, que atuam pela preservação do bioma, em parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
 

“Quem preserva a floresta precisa ser remunerado”, afirmou Lessa, no primeiro dia 8º Fórum do Desenvolvimento, realizado pela Associação Brasileira de Desenvolvimento (ABDE), em Brasília. O evento segue até quinta-feira (31), com presença de diversas autoridades, presidentes de outros bancos e representantes de organismos internacionais. Entrada é gratuita.

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O presidente do Basa afirmou que, sem a remuneração, as desigualdades socioeconômicas continuarão se aprofundando. “Não é possível um estado como o da Amazonas ter 97% da sua floresta preservada e 67% da sua população na pobreza”, lamentou, durante o fórum.
 

Hoje, segundo Lessa, o dono de uma propriedade na região tem direito a exploração de cerca de 20% dela. “A preservação dos 80% restantes da área hoje é despesa para o agricultor. E como fazemos para que isso vire receita para ele? É necessário se criar instrumentos de crédito importantes para o financiamento dessa preservação, com possibilidade de gerar emprego e renda para as pessoas que estão lá”, explicou.
 

De acordo com o presidente, o novo fundo será responsável por comprar e comercializar os ativos, assim como gerar condições no mercado financeiro para que os títulos tenham valor, para que esse ciclo funcione de forma contínua em cadeia simplificada, ajudando agricultores e empresas. “Com isso, a gente acredita que vai atender a expectativa de quem preserva a floresta precisa ser remunerado. E a gente acredita muito nisso”, afirmou.
 

Lessa também destacou a importância de capacitar os beneficiados. “Não adianta levar só crédito para ribeirinhos ou comunidades extrativistas. Temos que levar, também, assistência técnica porque o crédito sem assistência técnica, em vez de fazer com que a comunidade se devolva, acaba gerando um problema terrível chamado de inadimplência”, afirmou

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