O ministro de Cultura libanês, Gattas Jury, criticou nesta segunda-feira o filme “The Post – A Guerra Secreta“, o último longa-metragem do diretor americano Steven Spielberg, cuja estreia está prevista para esta sexta-feira no Líbano, e assegurou que mostra uma imagem distorcida de Beirute.
“É uma prática comum que quando um escritor ou diretor apresente um trabalho se documente sobre o lugar, a data e a situação. No entanto, o diretor Spielberg nos surpreendeu ao descartar esses fatos e oferecer uma imagem injusta e distorcida da grande cidade de Beirute”, declarou o ministro.
Segundo a imprensa local, a comissão encarregada de censurar filmes, livros e obras de teatro do Líbano recomendou a proibição da projeção do filme, mas a decisão final sobre sua exibição depende do Ministério do Interior, que ainda não se pronunciou.
Gattas Jury destacou que Beirute já foi considerada a “Suíça do Mashrek” (Oriente, em árabe), berço do alfabeto e capital da cultura.
“A bela imagem de Beirute está gravada na história e todas as tentativas para desacreditá-la serão inúteis. É óbvio que o filme foi produzido com a intenção de prejudicar Beirute e sua gente”, acrescentou.
Segundo o ministro, para os libaneses é “importante que se comente que Beirute segue sendo a pérola de Oriente com sua avançada plataforma cultural. Deploramos e condenamos esse filme, que não tem credibilidade e que foi realizado sem nenhuma metodologia científica nem histórica”.
“The Post”, protagonizado por Tom Hanks, Meryl Streep e Sarah Paulson, mostra o trabalho de jornalistas do jornal “The Washington Post” e “The New York Times” que revelaram em 1971 uma série de documentos secretos do Pentágono sobre a guerra do Vietnã.
Em junho do ano passado, o Líbano proibiu a exibição do filme “Mulher Maravilha” devido ao fato de ser protagonizado pela atriz israelense Gal Gadot.
EFE