Desde quando o alemão Karl Benz, ao lançar o primeiro carro com motor de combustão (1886), utilizou o próprio nome para patentear o modelo Benz Patent Motorwagen, já era possível perceber que ali nascia uma relação ainda inusitada para a época: o homem e a máquina automotiva.
Com isso, não é incomum ouvirmos histórias sobre apaixonados por seus carros, que, através das décadas, desenvolveram uma relação eterna com seus veículos.
E essas relações, muitas vezes, aconteceram de forma indireta, como foi o caso do surgimento de várias montadoras de veículos no período da guerra, quando os automóveis foram até mesmo considerados uns dos responsáveis pelo desempenho dos países nas batalhas ocorridas no decorrer do século XX.
Mas e você, qual a sua relação com o seu automóvel? Acredita que os veículos são responsáveis por marcar décadas?
Leia este artigo e descubra como, ao longo dos anos, a relação entre motoristas de veículos e seus carros foi mantida no decorrer das gerações.
Informarei também para você qual o modelo de carro era o sonho de consumo no ano do seu nascimento.
Você também ficará sabendo que reformar um modelo de carro antigo não é uma tarefa fácil, mas também poderá valer muito a pena.
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Relacionamento que Atravessa Gerações
É inegável que o século XX foi um período importante para o mundo, no sentido tecnológico. E o carro é uma das figuras que ajudaram neste processo.
Isso porque, apesar dos primeiros protótipos de veículos serem datados do final do século XIX, foi no século XX que a indústria desenvolveu seu arsenal.
Com isso, os carros estiveram presentes nos principais eventos do século passado, desde as guerras até o surgimento de videoclipes.
Como já informei para você em um de nossos artigos, foi durante o período da Segunda Grande Guerra Mundial que a indústria automobilística foi desenvolvida.
Talvez, ao utilizar o Fusca do seu pai, comprado no ano em que você nasceu, você nunca tenha imaginado, mas o modelo que você andou pela primeira vez é considerado um dos símbolos do Nazismo.
Sim, o projeto do Fusca, criado pela empresa alemã Volkswagen, a pedido de Adolf Hitler, no ano de 1938, um pouco antes da Segunda Guerra Mundial ter o seu início, foi um modelo popular criado para que Hitler conquistasse o mundo.
No período, a Alemanha acabava de inaugurar suas rodovias, portanto, Hitler imaginou que o lançamento do modelo popular, ao proporcionar a todos a possibilidade de participar desta expansão, seria uma maneira de se manter no poder e tornar-se mais popular.
No ano seguinte, 1939, com o início da Segunda Guerra Mundial, o Fusca foi uma das principais armas dos alemães, tendo até mesmo a sua mecânica alterada para que fosse útil nos campos de batalhas.
A partir de então, o modelo criado para ser um carro familiar passou a ser um dos protagonistas de um dos momentos mais sangrentos da história.
Outro veículo que tem em seu passado uma mancha da guerra é o Jeep.
Isso porque os primeiros veículos da marca foram produzidos no ano de 1941 para serem utilizados pelos americanos também durante a Segunda Guerra Mundial.
A ideia do governo americano era ter um veículo leve, com tração nas quatro rodas e com capacidade de transportar três soldados e uma metralhadora.
Para isso, foram produzidos mais de 600 unidades do Willys MB, modelo requisitado pelo governo dos EUA, considerado até hoje pelos americanos uma das ferramentas fundamentais para a vitória do país no combate.
Mas apesar do nascimento desses dois modelos ter como incentivo um conflito tão sangrento como uma guerra sempre é, ao longo dos anos, ambos foram popularizados e, atualmente, são lembrados por muitos amantes do automobilismo.
O Fusca, apesar de não ser mais produzido, ainda pode ser encontrado em muitas garagens pelo mundo, já que virou um ícone mundial.
Após fabricar 21.529.464 unidades do veículo, a Volkswagen resolveu interromper a produção do modelo em 2003, pois, com a concorrência de outros fabricantes que produziam modelos baratos e compactos, o modelo deixou de ser a preferência.
Entretanto, já está sendo anunciada uma nova geração do modelo para este ano, portanto, se você sempre quis ter um Fusca, ainda dá tempo de adquirir este clássico do mundo automobilístico.
Já o Jeep continua sendo uma das marcas mais lembradas, principalmente pelos motoristas aventureiros, que buscam um veículo que os identifique.
Lançando modelos modernos e confortáveis, a linha de montagem da empresa, independentemente de ter sido decisiva em uma das batalhas mais sangrentas da história, atualmente busca manter apenas o seu valor de força e de espírito explorador no mercado.
Carros, Uma Paixão Mundial
Com certeza você conhece alguém que adora mudar de carro a cada novo modelo lançado.
Normalmente, este período entre uma aquisição e outra dura cerca de dois anos, tempo suficiente para que uma pessoa ganhe uma promoção no trabalho, tenha mais um filho, entre outras mudanças comuns na vida adulta.
Mas saiba que alguns motoristas preferem manter os seus veículos por mais tempo, diferente da maioria dos outros consumidores deste mercado.
Recentemente, o site iSeeCars.com realizou uma pesquisa pensando em descobrir quais carros ficam mais tempo com os seus proprietários.
A ideia foi entrevistar motoristas que compraram os seus veículos zero km já pensando na sobrevivência deles a longo prazo.
Após entrevistar cerca de 15 milhões de motoristas dos Estados Unidos, a pesquisa pôde comprovar que, em média, os americanos ficam 7 anos com os seus carros antes de vender.
Bastante tempo, não é verdade?
Ainda de acordo com as informações da iSeeCars, o modelo que mais tempo fica com os seus consumidores é o Toyota Land Cruiser, que recentemente teve o modelo da nova geração registrado no Brasil.
Espaçoso, o veículo é totalmente inovador e, desde a primeira geração, tem sido bastante aclamado, principalmente por ter quebrando o recorde de velocidade para modelos SUVs.
Entretanto, como você deve saber, o desempenho técnico dos veículos não é o único responsável por impulsionar e estreitar a relação entre motoristas e veículos automotores.
Apesar de hoje ser mais difícil presenciarmos cenas simbólicas, em que uma família desfila com seu veículo pela praia, após lavá-lo, em um sábado ensolarado, o carro ainda é considerado um bem de valor inestimável.
Isso porque, além do seu valor no mercado, para a maioria dos motoristas, o carro é um sonho, não apenas de consumo, mas também de poder, representando o seu modo de viver, o identificando para o mundo.
Isso pode ser justificado, por exemplo, pela cultura do tuning, tão presente em diversos países e também no Brasil.
Alguns condutores, não contentes apenas com aquilo que o mercado oferece, buscam formas de aprimorar os aspectos físicos de seus veículos, tentando representar de alguma forma sua relação com o automóvel.
No Brasil, de acordo com Fábio Cristo, administrador do Portal de Psicologia no Trânsito, em entrevista para a revista Vice, as pessoas em geral valorizam os veículos como um símbolo social, de poder.
Com isso, assim como informei para você acima, os carros ficam revestidos de um valor simbólico, para além do material.
Mas, é claro, sem deixar de representar um poder social.
Tanto que, apesar de momentos conturbados, como a crise que o Brasil vem enfrentando nos últimos anos, o número de automóveis nas casas brasileiras vem crescendo.
De acordo com dados disponibilizados pelo Departamento Nacional de Trânsito (DENATRAN), no ano de 2017, eram 50 milhões de carros registrados no país.
Logicamente, em decorrência do problemático sistema de transporte público brasileiro, a aquisição de muitos desses veículos representam a oportunidade da pessoa ir e vir em sua cidade, pois, em alguns lugares, o transporte público não é acessível.
Com isso, no Brasil, a venda de carros não ocorre apenas em detrimento da conquista de um bem comum de poder, mas também porque ele representa, muitas vezes, o único meio de acesso à mobilidade urbana.
Qual Carro Marcou o Ano do Seu Nascimento? [Infográfico]
Se, a partir dos anos 50, após o período de guerras, a sociedade passou a querer buscar representações mais coloridas e alegres, saiba que, para a indústria automobilista, esse foi o pontapé para o seu desenvolvimento.
Isso porque, a partir de então, os modelos passaram a representar, cada vez mais, as ansiedades da sociedade, que se tornava mais plural.
Tanto que, se você analisar, apenas na década de 60, modelos desportivos, porém distintos, como o Mustang e o Jaguar, estavam no mercado buscando agradar diferentes tipos de públicos.
E, ao longo dos anos, a maioria das montadoras esteve nessa busca incessante para agradar os mais exigentes dos motoristas e, a cada ano, até hoje, um novo modelo ganha destaque no mercado.
E quando você nasceu, sabe qual modelo foi o mais vendido ou, ao menos, o mais aclamado pelo mercado?
Confira neste infográfico que preparei para você!
Comprou o Carro que Fazia Sucesso no Ano do Seu Nascimento? Saiba Como Reformá-lo!
Agora que você já sabe qual modelo de carro fazia sucesso no ano em que você nasceu e, provavelmente, já pesquisou sobre ele, aposto que pensou em comprar o modelo para depois poder desfilar por aí, acertei?
Pois saiba que você não é o único! Muitas pessoas buscam modelos antigos, muitas vezes, por conta de algum filme que assistiu ou de lembranças que têm do carro de seu pai, avô etc.
Entretanto, saiba que essa busca não é fácil. Principalmente porque, hoje, com o advento da internet, o conceito de “possibilidade” está bastante modificado.
Com isso, é possível que qualquer pessoa entre em contato com um vendedor de outro estado ou país para adquirir o veículo que tenha, para você, um valor simbólico, o que pode acirrar a procura.
Diferentemente de como acontecia anos atrás, quando era possível adquirir o veículo com algum vizinho que morava na esquina de sua casa e quando a sua oferta parecia a mais interessante no momento.
Hoje, os vendedores dessas relíquias sabem que poderão receber ofertas mais promissoras, então, muitas vezes, dificultam a venda desses carros.
Mas, caso você já tenha tido a sorte de encontrar o carro que fazia sucesso no ano do seu nascimento, saiba que é preciso ter alguns cuidados na hora de realizar a compra.
Isso porque, provavelmente, o carro estará com alguns defeitos, e você precisa estar consciente ao realizar a compra.
Caso você adquira o veículo para mantê-lo parado em sua garagem, apenas pelo prazer simbólico, talvez não se importe com prováveis reparos.
Entretanto, se você, além de adquirir o veículo, deseja circular com ele, saiba que realizar os reparos pode ser algo complexo, como explicarei mais adiante.
Portanto, tenha sempre em mente qual o seu propósito com a compra.
Outra dica é sempre comparar os anúncios de vendas em diferentes sites.
Caso você se interesse por algum modelo em específico, converse com pessoas que já sabem como este mercado funciona, busque referências sobre o vendedor e tenha paciência!
Não seja afobado, realizando uma compra às pressas, por motivos de empolgação. As chances de você fazer um mau negócio são grandes, e o que poderia ser um motivo de alegria poderá tornar-se um pesadelo em sua vida.
Vale a Pena Restaurar um Carro Antigo?
Nos últimos anos, o mercado de carros antigos ficou absurdamente caro, portanto, apesar do investimento valer a pena para os apaixonados por carros, pense bem ao adquirir o seu veículo.
Ao comprar um carro antigo, você também deve pensar nos gastos com os prováveis reparos.
No início da década de 80 e 90, por exemplo, muitas peças de veículos deixaram de ser fabricadas, o que deixou mais difícil manter uma relação mais duradoura entre os consumidores e seus veículos.
Pode ter sido esse motivo, portanto, o responsável pelo seu pai ter vendido o veículo que você foi para a casa depois da maternidade e que você gostaria de ter hoje.
Porém, caso você tenha conseguido resgatar um modelo parecido, saiba que as dores de cabeça podem ser muitas, não vou mentir para você.
Isso porque, além da dificuldade em encontrar as peças necessárias para a reforma, muitas vezes é difícil também encontrar mão de obra qualificada, que saiba lidar com aquele tipo de automóvel.
Mas saiba que, de acordo com a legislação, mais precisamente no Código do Consumidor (CDC), Art. 32, deve ser assegurada, pelos fabricantes, a oferta de componentes e peças de reposição enquanto não cessar a fabricação ou a importação de um determinado produto.
O CDC também estabelece que, mesmo cessada a produção ou importação do produto, a oferta deverá ser mantida por um período razoável de tempo.
O CDC também estabelece que, mesmo cessada a produção ou importação do produto, a oferta deverá ser mantida por um período razoável de tempo.
Portanto, fica estabelecido que a responsabilidade deve ser do fabricante ou do importador, que ainda conforme o CDC, deverão assegurar também a qualidade dessas peças.
Não Desista da Reforma!
Como você pode perceber, ainda é possível encontrar no mercado as peças necessárias para reformar a sua nova aquisição.
Além disso, para que você fique ainda mais empolgado e siga em busca da reforma de seu novo modelo, saiba que está em tramite o Projeto de Lei 3002/11, que propõe a obrigação da oferta de peças automotivas em estoque, pelas concessionárias de veículo, por um período de dez anos, contados a partir da data de fabricação.
Ainda de acordo com a proposta, caso o fabricante ou importador de veículos esteja em falta com a peça, deverá oferecer, de forma gratuita ao consumidor, um veículo reserva ou similar ao que estiver sendo reparado, pelo tempo que durar a retenção do veículo.
Talvez você esteja pensando que essas mudanças propostas pelo PL não poderão contemplar você, caso o carro que você adquiriu seja considerado “super antigo”, não é verdade?
Entretanto, saiba que ele poderá sim abranger a sua reforma, pois, com certeza, movimentará ainda mais este mercado.
Portanto, se a procura na hora da compra foi demorada, saiba que a reforma provavelmente também será, justamente porque talvez você demore algum tempo para encontrar as peças necessárias.
Porém, não desista! Nem pense que é uma loucura buscar reformar um modelo antigo que tenha um valor simbólico.
Saiba também que você não está sozinho, pois muitos motoristas e apaixonados por carros estão em busca deste sonho.
Com paciência, é possível que você consiga, tal qual os motoristas das décadas passadas, circular com um veículo que não apenas tenha um ótimo desempenho, mas também um valor emocional imensurável.
Conclusão
Neste artigo, contei para você um pouco da história de veículos automotores e como um carro pode ser valorizado não apenas pelo seu desempenho técnico.
Você ficou sabendo que modelos como o Fusca e o Jeep surgiram no período da Segunda Guerra Mundial, sendo considerados, até hoje, símbolos da batalha.
Entretanto, também informei para você que, apesar do passado obscuro, esses modelos são considerados ícones mundiais, estando presentes, em muitas garagens, por seus valores simbólicos.
Você também ficou sabendo, com o infográfico que apresentei, qual modelo de carro fazia sucesso no ano do seu nascimento.
Por fim, eu também apresentei para você como pode ser interessante adquirir um modelo antigo e reformá-lo, apesar das dificuldades que você poderá encontrar pelo caminho.
Agora, quero saber a sua opinião: você gostou do modelo que fazia sucesso no momento do seu nascimento? Está pensando em comprá-lo?
Algum modelo antigo fez parte da sua história ou de sua família?
Deixe abaixo a sua opinião!
Referências:
- https://www.vice.com/pt_br/article/9aaye3/brasileiros-e-os-carros
- https://www.noticiasautomotivas.com.br/carros-antigos-um-mercado-sem-precos-de-tabela/
- https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=532195