O fato é que todos sempre soubemos a dimensão gigantesca e singular da personalidade política do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Contudo, a atuação dele na liderança da união dos Três Poderes republicanos para, juntos, encontrarem saídas a serem apontadas ao povo do Rio Grande do Sul a fim permitir que sigam em frente depois da catástrofe estacionada já há uma semana no estado, realça todos os diferenciais competitivos desse personagem único da política brasileira. Com atos fortes, discursos focados e pragmáticos, determinação e ação típica de quem enxerga à frente do seu tempo porque não vive olhando pelo retrovisor da história, Lula dá lições de Governo e de Política (com P maiúsculo, sim) para as gerações atuais e futuras. De resto, têm muito azar os que ocuparam preteritamente a cadeira presidencial do 3º andar do Palácio do Planalto; sobretudo o antecessor imediato. Observando e analisando o desempenho do ex-sindicalista que virou presidente da República, é impossível deixar de ver emergir a comparação com o arremedo de déspota – trágico e desqualificado – que empesteou o ambiente palaciano e a política nacional com seus ódios tóxicos e seu despreparo atávico.
No domingo, o presidente da República caçou onde pôde encontrá-los os presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado, o vice-presidente do Supremo Tribunal Federal (o titular estava na Espanha, em mais um evento “jurídico” pago por organizadores profissionais de debates), o presidente do Tribunal de Contas da União e diversos ministros de Estado – da Fazenda, do Planejamento, da Educação, da Saúde, de Portos e Aeroportos, dos Transportes, entre outros – e pois todos no avião da presidência. Durante as duas horas de voo entre as bases aéreas de Brasília e Canoas (RS), promoveu uma reunião técnica entre as instituições republicanas e preparou a todos para as cenas de catástrofe que testemunhariam. Sobrevoando Porto Alegre, deixou-se filmar junto com os presidentes dos demais poderes e há trechos gravados do impacto de todos ante as cenas de uma Porto Alegre inundada vista do alto. Em solo, Edson Fachin, pelo STF, Arthur Lira, pela Câmara, Rodrigo Pacheco, pelo Senado, e o próprio Lula, pelo Poder Executivo, afirmaram compromissos de ação para mitigar os efeitos das enchentes e borrascas devastadoras e pela reconstrução do Rio Grande do Sul como ente federado. No momento, o pujante estado do Sul é uma sombra do que foi; os gaúchos estão vergados e precisam de auxílio. Voltarão a ser o que eram.
Na volta, de novo no avião, o presidente Lula liderou uma segunda “cimeira de Poderes” e arrancou de todos os colegas, do Legislativo e do Judiciário, o compromisso de que quaisquer diferenças e divergências entre eles seriam revogadas em nome da urgência. E a urgência é uma só: salvar vidas, cuidar dos feridos, reconstruir a infraestrutura básica do Rio Grande, da Grande Porto Alegre e permitir que o povo gaúcho reoriente o futuro por si e em novas bases. No dia seguinte à relevante viagem institucional ao coração do desastre, o Governo havia já costurado as bases para a aprovação de uma dispositivo de segregação orçamentária necessário para retirar os investimentos na reconstrução do Rio Grande do Sul de quaisquer tetos de gastos públicos e não dar ousadia a golpistas que podem enxergar “crimes fiscais” e “pedaladas” na estratégia de governança traçada por Lula. Com atos fortes, com determinação e unindo poderes, o presidente da República mostra como líderes autênticos devem agir, sempre.